O número de satélites em órbita aumentou significativamente nos últimos anos, trazendo novos desafios à gestão de tráfego espacial. À medida que a órbita do nosso planeta fica cada vez mais preenchida, aumenta também a probabilidade de existirem mais colisões entre objetos espaciais.
Um sistema de matrículas poderá ser a solução para este problema, sugere uma equipa de investigadores num estudo publicado na revista científica Communications Engineering. A equipa é liderada por Fabrizio Silvestri, investigador na Organização Holandesa de Investigação Científica Aplicada (TNO).
O sistema usa pequenos espelhos cúbicos. Cada um deles está equipado com filtros de luz específicos que permitem refletir feixes de laser. Segundo os especialistas, seria possível emitir raios laser a partir da Terra, que seriam depois refletidos de volta pelas matrículas, permitindo a identificação do satélite.

A solução desenvolvida já começou a ser testada na Terra. Como avança o website NewScientist, a equipa de investigadores usou quatro combinações diferentes de filtros de luz para criar cinco matrículas, que foram testadas a uma distância de 2,43 quilómetros.
Os resultados são, para já, positivos, embora Fabrizio Silvestri lembre que operar este tipo de sistemas no Espaço implicaria ter em conta o impacto de factores como a turbulência atmosférica.
No estudo, os investigadores realçam que o método pode ser particularmente vantajoso porque não requer o uso de uma fonte de energia. Além de ter um design simples para facilitar a implementação numa variedade de plataformas, o sistema permitiria a identificação de satélites mesmo quando estes deixassem de estar operacionais.