Há dois meses, o Event Horizon Telescope (EHT), que combina dados de vários radiotelescópios do mundo apontou baterias para a galáxia M87, onde se localiza o M87*, o primeiro buraco negro a ser ‘visto’ pela comunidade científica. Os buracos negros absorvem tudo à sua volta, desde estrelas, gases, planetas e até outros buracos negros. No entanto, o M87*, por sua vez, aparenta estar a ‘devolver’ energia ao Universo, estando a emitir jatos com grandes volumes desta.
No mês passado, uma equipa descobriu que o campo magnético do M87* o impede, por vezes, de absorver matéria. Agora, uma nova análise revela que este campo magnético também é responsável por desacelerar o buraco. “Pudemos concluir que as imagens do EHT de 2021 mostram que a energia está a ser emitida de perto do buraco. Precisamos de imagens com maior resolução para determinar a 100% se essa energia está a fluir para fora a partir da própria superfície do buraco, conta Andrew Chael ao Space.com.
O astrofísico explica que a energia flui como “milhões de sabres de luz dos Jedi do tamanho de um ano luz”, através de estruturas chamadas jatos relativistas que podem estender-se por distâncias dez vezes superiores ao tamanho da Via Látea.
George Wong, da Universidade de Princeton e outro dos envolvidos no estudo, conta que “se pegarmos na Terra, a convertermos toda em TNT e a explodirmos mil vezes por segundo durante milhões e milhões de anos, esse é o volume de energia que estamos a ver sair da M87”.
Einstein já tinha teorizado que os buracos negros podiam perder energia, mas os cientistas ainda não conseguem perceber exatamente como o processo funciona. Estes dados agora sugerem que a energia que está a sair vai em direção ao campo magnético. Agora, futuras observações com o EHT e com o EHT de próxima geração que ainda está a ser desenvolvido podem vir a ajudar a obter novas imagens e até vídeos que possam eventualmente ajudar a perceber melhor estes fenómenos.