A Unidade Nacional de Combate ao Cibercrime e à Criminalidade Tecnológica (UNC3T) da Polícia Judiciária (PJ) deteve seis pessoas suspeitas dos crimes de burla informática, branqueamento de capitais e associação criminosa. Os alegados autores dos crimes – cujo prejuízo total é de 298 mil euros – alteraram caixas da rede Multibanco para ganhar acesso às informações dos cartões bancários das vítimas, uma prática conhecida por skimming.
O skimming pressupõe colocar um equipamento na ranhura de cartões das caixas Multibanco que rouba a informação guardada no cartão – e quando a vítima está a colocar o cartão na máquina não se apercebe da alteração que foi feita. O esquema é depois complementado com um outro mecanismo que ajuda a identificar o código PIN das vítimas, algo que pode ser feito através da instalação de microcâmaras ou através da adulteração do painel numérico da caixa Multibanco.
Segundo o comunicado da PJ, «a investigação iniciou-se no final do ano de 2018 tendo por base vários casos de skimming perpetrados de forma reiterada e com fortes suspeitas de se tratar de uma ação de um grupo organizado». Os suspeitos – cinco homens e uma mulher – têm idades compreendidas entre os 21 e os 52 anos.
Segundo a investigação da PJ e do Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Sintra, depois de roubarem as informações dos cartões bancários dos utilizadores nas caixas Multibanco, os suspeitos também terão praticado fraudes em plataformas de venda online usando as informações dos cartões de crédito.
«Foram realizadas diversas buscas domiciliárias e procedeu-se à apreensão de objetos relacionados com a prática criminosa, nomeadamente, skimmers de leitura de banda magnética, cartões bancários contrafeitos, dispositivos informáticos e de comunicações, dados de cartões, bem como artigos adquiridos da forma ilícita descrita», sublinha ainda o comunicado da PJ.
Os detidos vão ser presentes a primeiro interrogatório judicial para conhecerem as medidas de coação.