As tecnológicas Google, Apple e Mozilla implementaram mecanismos nos respetivos navegadores de internet – Chrome, Safari e Firefox – que alertam os utilizadores de Internet do Cazaquistão quando estão a navegar online de forma desprotegida.
Em causa está uma decisão tomada em meados de julho e que obrigava os utilizadores cazaques a instalarem nos browsers um certificado de segurança que tinha sido criado pelo governo. Só mediante a instalação deste certificado é que o acesso à web podia ser feito, mas a partir desse momento o governo também passava a ter acesso a todas as comunicações encriptadas (HTTPS) feitas entre os utilizadores e os servidores dos respetivos sites visitados.
Já no início de agosto, de acordo com a Reuters, o governo do Cazaquistão terminou este programa de interceção de tráfego web, dizendo que tinha sido apenas um teste – e bem sucedido, nas palavras de Kassym-Jomart Tokayev, o presidente do país.
Como a iniciativa foi apelidada de «teste» e não foi a primeira vez que foi tentada pelo governo cazaque, as três gigantes tecnológicas decidiram avançar com medidas preventivas nos browsers.
Quem ainda tiver o certificado do governo cazaque instalado, sempre que tentar aceder a um site através do Chrome, Safari ou Firefox, vai encontrar uma mensagem de alerta a dizer que a ligação não é segura. Na prática, as empresas não reconhecem o certificado cazaque como sendo válido e isso impede a navegação online.
A Mozilla, numa publicação no seu blogue, aconselha mesmo que os utilizadores desinstalem o certificado do governo, a usarem VPN e a mudarem as passwords. «Acreditamos que a segurança e privacidade individual é fundamental e não pode ser tratada como opcional», lê-se na mensagem publicada pela empresa.
«Apesar do teste do governo aparentemente ter acabado, o mecanismo que pode ser usado para espiar o tráfego web ainda está disponível», sublinha a Mozilla em declarações à publicação Wired.
No caso específico da Google, o bloqueio do certificado cazaque foi adicionado à lista do projeto Chromium, que serve como motor de base para outros navegadores de internet, o que significa que o bloqueio também passará a ser efetivo num maior número de browsers.