O Loon, o projeto da Google que usa balões de ar para distribuir internet em zonas de acesso remoto, já cumpriu um milhão de horas de voo estratosférico e percorreu 40 milhões de quilómetros. Os números foram revelados esta semana por Salvatore Candido, líder de engenharia do projeto.
Além das “metas” atingidas pelos balões da Google, o engenheiro revelou ainda como ao longo do projeto a frota de equipamentos passou a ser gerida por um sistema automático, sem intervenção humana, e como este sistema acabou por encontrar melhores soluções para problemas de navegabilidade.
Num dos exemplos dados, Salvatore Candido explica como o algoritmo passou a criar uma rota em formato de “8” para os balões quando é necessário que fiquem a navegar sobre uma localização específica. Antigamente os engenheiros da Loon optavam por uma rota circular, que simplesmente não era tão eficiente.
«Os antigos testes de ligação LTE acabavam ao fim de algumas horas à medida que os balões se afastavam. Mas desta vez a nossa equipa que testava a ligação LTE ficou sem bateria nos telemóveis e portáteis, pois o balão manteve-se por perto durante a noite», explica numa publicação na plataforma Medium.
Salvatore Candido partilhou outro exemplo no qual vários balões deslocaram-se para uma área onde não havia utilizadores que pudessem beneficiar da sua utilização. O que à primeira vista parecia um erro de sistema, era na realidade o algoritmo a “dar cartas”: através da análise das previsões de vento para os dias seguintes, compensava ficar a aguardar por um fluxo de ar que ia passar naquela zona e iria levar os balões de forma mais rápida até ao destino planeado do que se tivessem optado pela rota “tradicional”.
«Inteligência artificial ou não, este sistemas trabalham para tornar possível algo realmente significativo. Além de ser interessante e divertida, esta tecnologia permite navegar os nossos balões sobre vários mil milhões de pessoas que ainda precisam de ligação à internet», concluiu o engenheiro do Loon.