A Mazda tem um novo SUV, maior que o CX-3 e mais pequeno que o CX-5, que vai esta disponível inicialmente com dois motores: Diesel (Skyactiv-D ) de 116 cavalos e gasolina de 122 cavalos (Skyactive-G). Este último é do tipo mild hybrid (24 volts), ou seja, tem um pequeno motor elétrico e bateria de iões de lítio para permitir, por exemplo, desativar do motor térmico em situações de desaceleração. Mas é em outubro que chega o motor da Mazda de que toda a gente fala, o Skyactive-X (180 cavalos), que estreia uma nova tecnologia capaz de, segundo representantes da Mazda, «juntar o melhor dos motores a gasóleo com o melhor dos motores a gasolina». Simplificando, estes motores utilizam taxas de compressão elevadas e ignição por compressão como acontece nos motores Diesel para melhorarem a eficiência. Uma ideia que não é nova, mas difícil de pôr prática devido às características da gasolina. A Mazda consegui-o através de um sistema engenhoso em que primeiro é injetada uma mistura muito pobre dentro da câmara de combustão (percentagem de gasolina muito baixa) e depois é injetada uma mistura muito rica junto à vela, que cria uma explosão local e uma onda de pressão que leva a que toda a mistura exploda de uma forma uniforme. Ou seja, ao contrário dos motores Diesel, este motor continua, como habitual nos motores a gasolina, a ter explosões controladas por faíscas de velas, mas de um modo que permite atingir elevadas taxas de compressão, o que aumenta a eficiência. Atenção que este modo não funciona sempre. O sistema comuta automaticamente e em função do regime do motor entre esta tecnologia, denominada SPCCI (Spark Controled Compression Ignition), e a arquitetura convencional.
Funciona?
Tivemos a oportunidade de conduzir por cerca de 20 km um Mazda CX-30 de pré-produção com motor Syactive-X durante a apresentação à imprensa do novo SUV da marca japonesa e após termos conduzido por mais de 100 km a versão Skyactive-G. Poucos quilómetros para tirar conclusões, mas ficou evidente que o comportamento da motorização Skyactive-X tem, de facto, semelhanças com um motor Diesel. Pela negativa, o ruído é um pouco mais notório, mas a reposta a baixas rotações é mais forte e, mais importante, os consumos pareceram-nos mais contidos e menos variáveis que os obtidos com motor a gasolina convencional. Ou seja, o intervalo de consumo entre uma utilização mais suave e uma utilização mais “agressiva” pareceu-nos menor, pelo menos com base na informação do computador de bordo, do que estamos habituados no motor a gasolina.
Mas esta tecnologia tem um preço e não é baixo. Enquanto o CX-30 com motor a gasolina Skyactive-D tem um preço de entrada de €28.670 (abaixo dos €28.000 graças a uma promoção de lançamento que inclui um pack tecnológico extra), a versão equivalente com motor Skyactive-X vai custar €34.620, ou seja, cerca de €6000 a mais. O valor a pagar por mais potência e menos emissões.
Aposta na tecnologia
O CX-30 já utiliza o mais recente sistema de infoentretenimento da Mazda onde se destaca um ecrã central com mais de 8 polegadas controlável, sobretudo, por uma roda de comando central. Uma arquitetura que nos convence. Os menus estão simplificados, tornando a navegação rápida e intuitiva. Simples e eficiente, como deve ser a bordo de um carro, já que não temos de desviar muito os olhos da estrada para chegarmos às opções pretendidas. Tanto mais que há controlos diretos para o sistema de som e para a climatização, bem como comandos ao volante com o relevo apropriado (não precisamos de olhar para os botões para utilizá-los). Tudo isto vem de série, bem como o suporte para Apple CarPlay e Android Auto. O que significa que podemos correr no ecrã do carro aplicações como o Waze ou o Spotify.
Aliás, o equipamento fornecido de série da versão base (Evolve) é muito apreciável, incluindo Head Up Display (projeção de informação no para-brisas) e uma série de ajudas ao condutor: cruise control inteligente, deteção de veículos em aproximação perpendicular pela traseira, reconhecimento de sinais de trânsito, deteção de ângulo cego e sistema de apoio à manutenção de faixa de rodagem.
Um dos opcionais mais interessantes, disponível de série no pack I-Activesense e na versão Excellence, é o Drive Monitoring. Este sistema tem por base uma câmara de infravermelhos instalada no ecrã do sistema de infoentretenimento que monitoriza constantemente para o onde está o condutor a olhar, mesmo durante a noite e mesmo se o condutor estiver a usar óculos de sol. Deste modo podem ser lançados alertas de aviso ao condutor caso seja detetada falta de atenção e até ativar mais cedo sistemas ativos de segurança, com destaque para a travagem automática para evitar choques frontais.