Há uma nova rede de partilha de motos elétricas em Lisboa. A Acciona disponibiliza 300 motos, mas espera chegar às 600 nos próximos dois meses. O aumento do parque deverá levar também ao aumento da zona de utilização, por enquanto limitada a uma parte da cidade de Lisboa. No evento de apresentação à imprensa, Ramon Piñeiro Rey, diretor de novos negócios da Acciona, não escondeu o objetivo de «chegar à grande Lisboa, tornando a rede interurbana». O que parece fazer sentido, considerado a moto escolhida: a Silence S02 tem uma autonomia de cerca de 100 km e é um motociclo (equivalente a um 125 cc). O que significa que as scooters da Acciona podem, por exemplo, circular em vias rápidas ou autoestradas.
Cobrado ao segundo com tudo incluído
A utilização vai ser cobrada em função do tempo e ao segundo, apesar de a tabela de preços ser indicada ao minuto. Há dois valores: 26 ou 28 cêntimos por minuto. Valores que dependem do modo de utilização, que pode ser selecionado num botão disponível junto ao punho direito do veículo. No modo mais económico, a velocidade está limitada a 50 km/h, mas o utilizador pode, a qualquer momento, comutar para a velocidade limite de 80 km/h aumentado em dois cêntimos o valor cobrado ao minuto. Esta comutação é possível nos dois sentidos (aumentar ou reduzir a velocidade máxima) e não há tempo mínimo para operar em cada um dos modos.
O sistema permite pausar a utilização, situação em que a moto tem de estar, obviamente parada, e em que o valor faturado baixa para cinco cêntimos por minuto. Confirmarmos com a Acciona que as motos podem ser utilizadas fora da zona coberta, mas o sistema só permite terminar o serviço dentro desta zona que, nesta fase inicial, inclui alguns bairros mais tradicionais e históricos de Lisboa, como Campo de Ourique, Bairro Alto, Alfama, Castelo, Mouraria, Belém ou Santos, mas também as novas zonas residenciais da cidade, como o Parque das Nações e Telheiras, e o Aeroporto Humberto Delgado.
Para começar a utilizar esta rede, o utilizador tem de instalar a app Acciona Mobilidade, já disponível nas lojas de aplicações para smartphones. Depois é necessário um registo, que inclui um processo de envio de fotos da identificação e da carta de condução para que a Acciona possa garantir que o utilizador está legalmente habilitado a conduzir as motos. A app mostra a posição das scooters, bem como a autonomia restante. É através da app que se reserva o veículo por um período máximo de 15 minutos e se abre a “top case” traseira onde estão dois capacetes (M e L), tocas higiénicas e toalhetes para o caso de o utilizador sentir necessidade de limpar o banco ou o guiador.
Após o período experimental gratuito, até 2 de junho, cada utilizador tem direito a 30 minutos grátis.
Vídeo feito em direto via Facebook Live sobre a experiência de utilização do serviço
Substituir carros
De acordo Ramon Piñeiro Rey, cada moto partilhada permite retirar, em média, dois carros da cidade e relembra que a utilização de motos em detrimento de carros «tem vantagens em termos de aproveitamento de espaço porque podemos estacionar seis motos no lugar de um único carro». Opinião partilhada por Miguel Feliciano Gaspar, da Câmara Municipal de Lisboa, que é da opinião que «o smartphone é cada vez mais o meio de transporte em Lisboa porque dá acesso a um grande número de serviços de mobilidade sustentável». Este vereador, com o pelouro da Mobilidade e Segurança, garante que já «há mais de 20 mil pessoas diariamente a usar trotinetes e bicicletas» e acredita que «com cerca de 500 carros por 1000 habitantes já atingimos o pico do que é possível suportar e a tendência é, como em todos os países civilizados, diminuir o número de automóveis da cidade», adicionado «serviços como este da Acciona são muito importantes para esse objetivo».