“Os sistemas de climatização representam, nos grandes edifícios, cerca de 60% da fatura elétrica. Existe um grande desequilíbrio entre o conforto térmico que se pretende atingir e o consumo elétrico para esse conforto”. Quem o diz é Miguel Silva, diretor executivo da Managing the Intelligence (MTI), startup que criou um dispositivo da Internet das Coisas (IoT em inglês) que permite reduzir muito do desperdício energético que existe em hotéis e alojamentos locais.
Imagine que chega a um quarto de hotel num dia de calor. Provavelmente vai ligar o ar condicionado numa temperatura baixa – por exemplo, 18° – para refrescar o quarto. Mas o que acontece é que o ar condicionado vai atingir temperaturas ainda mais baixas para chegar à temperatura desejada pelo hóspede no menor tempo possível.
“Isto é errado porque a máquina pode trabalhar o dia todo e pode não conseguir atingir aquele objetivo”, diz o CEO. Ou seja, muita energia usada para o processo acaba desperdiçada. O equipamento criado pela MTI é instalado junto aos sistemas de climatização e faz uma gestão inteligente do ar condicionado. É que aqueles 18° até podem saber bem ao início, mas ao fim de uma hora ‘gelam’ o próprio hóspede.
Usando cinco sensores – ocupação, movimento, temperatura, humidade e luminosidade –, o sistema gere automaticamente a temperatura do ar condicionado em função da utilização do espaço e das próprias condições meteorológicas daquele dia.
Com o MTI Smart Room é possível reduzir até 50% os custos da fatura de eletricidade em empreendimentos de hotelaria. “São fáceis de instalar e trabalham com qualquer sistema de ar condicionado”. A ideia, que valeu à startup um dos grandes prémios da 7ª edição do IoT Challenge, está preparada para tirar partido do 5G. “Precisamos de ter altos débitos [de velocidade] e baixas latências”, justificou o CEO.