O Metaverso está ‘na boca do mundo’, mas há ainda muita confusão sobre o que significa. Até porque há diferentes definições e interpretações do que poderá ser este ecossistema. Uma coisa é certa: as grandes tecnológicas acreditam que o Metaverso vai representar um negócio gigantesco, avaliado em quase 800 mil milhões de euros já daqui a dois anos.
O que tem levado a empresas como Facebook, que até mudou de nome para Meta, Google, Microsoft e Apple a investirem fortemente em soluções para o que muita chama a ‘nova geração da Internet’. Mas, afinal, o que é o Metaverso? O termo surgiu no livro de ficção científica Snow Crash, de Neal Stephenson, publicado em 1992. Nesta obra, o Metaverso é um mundo digital que existe em paralelo com o mundo real.
Mas, apesar de esta ser uma hipótese, o Metaverso poderá evoluir para algo muito diferente. Uma definição simplificada será “uma versão da Internet em 3D”. De outro modo, o Metaverso deverá ser a próxima evolução na forma como comunicamos e consumimos informação no mundo digital: primeiro foi o texto (mensagens, e-mails, primeiras páginas Web), depois chegou a imagem (fotos de baixa qualidade, gráficos), em seguida evoluímos para o multimédia avançado (vídeo, streaming, animações) e, com o Metaverso, chegará uma experiência mais imersiva recorrendo a tecnologias como a Realidade Aumentada e Realidade Virtual.
Por exemplo, a videoconferência a que estamos habituados poderá evoluir para espaços de encontro em 3D, com telepresença, recorrendo a técnicas como a holografia ou representação por avatares. Naturalmente, estas técnicas exigem muita largura de banda. Por comparação, um filme 3D, mesmo sem a componente de Realidade Virtual, precisa, no mínimo, do dobro da largura de um filme tradicional com qualidade equivalente (há que fazer o streaming de duas imagens, uma para cada olho). Quanto entra a Realidade Virtual e a Realidade Aumentada (juntar imagens virtuais a imagens reais), as exigências aumentam de forma exponencial.
E para se poder ter aplicações móveis do tipo Metaverso, o 5G será essencial. Só esta tecnologia permitirá a largura de banda e a latência para, por exemplo, passearmos por uma cidade com um sistema óculos de Realidade Aumentada onde informação contextual apareça sobre os locais para onde olhamos. Nesta edição, na secção Tendências, apresentamos um exemplo de como o 5G aplicado a tecnologias Metaverso permitiu a um médico português fazer uma cirurgia com apoio de um médico em outro país.
Com o aumento da disponibilidade das redes 5G, é fácil imaginarmos o potencial do Metaverso em áreas tão distintas como a saúde, a indústria ou o ensino. O trabalho remoto é outra área que poderá crescer significativamente graças às possibilidades criadas por estas tecnologias. É fácil concluirmos como muitas das potencialidades do Metaverso só poderão ser aplicadas graças ao 5G.
