Comanda a nossa vida, mas continua a ser um praticamente um desconhecido, com muitas questões sobre a natureza da sua atmosfera, dinâmica de partículas e até temperatura por esclarecer. Depois de uma bem-sucedida missão à Lua, com o pouso no polo sul lunar dos robôs Vikram e Pragyan a 23 de agosto, a Índia avança agora rumo ao Sol, com a missão Aditya-L1, cujo lançamento está marcado para amanhã, 2 de setembro, às 07:20 em Portugal.
O destino final da nave da Organização de Pesquisa Espacial Indiana (ISRO) é o Ponto de Lagrange 1 (L1), a 1,5 milhões de quilómetros da Terra e onde a atração da Terra e do Sol são equivalentes. Este local no espaço é um ponto de observação privilegiado, permitindo captação contínua de dados, a partir dos instrumentos que vão a bordo da nave, denominada a partir do deus do Sol na mitologia hindu. Sete instrumentos – quatro a partir de observação direta do Sol, três baseado amostras do local – irão estudar a fotosfera, a cromosfera e as camadas mais externas da nossa estrela. Também serão analisadas partículas e campos, o que permitirá perceber melhor a dinâmica solar e o seu efeito no meio interplanetário.
Espera-se que desta missão resultem enormes quantidades de dados que serão recebidos em Terra nas múltiplas estações espelhados pelo globo, nomeadamente as geridas pela Agência Espacial Europeia (ESA), e depois partilhados pela comunidade científica mundial. Sendo o principal parceiro da ISRO, a ESA irá dar apoio através de três antenas de 35 metros, dita de espaço profundo, localizadas em Espanha, Austrália e Argentina, bem como através da estação em Kourou, na Guiana Francesa.