Um grupo de cientistas liderado pelos astrónomos Shiwu Zhang e Zheng Cai, da Universidade de Tsinghua, na China, descobriu que uma grande galáxia dentro da nebula MAMMOTH-1 está a colecionar materiais provenientes das suas redondezas para gerar novas estrelas. Esta observação permite concluir que até as galáxias fazem reciclagem.
Os materiais reaproveitados foram formados por supernovas passadas e os elementos criados são atraídos pelo buraco negro central da galáxia, o que significa que a galáxia está a formar novas estrelas a partir de material que já tinha sido trazido para o ‘nosso’ espaço por uma galáxia também. A equipa escreve que “simulações mostram que a reciclagem do gás pode ter sustentado a formação de estrelas nos primórdios do Universo”.
O ArsTechnica explica o processo: as estrelas alimentam-se de energia que provem da fusão nuclear, colidindo átomos de hidrogénio em hélio; apenas as estrelas muito grandes (com outras vezes a massa do Sol ou mais) se transformam em supernovas depois de terem fundido todo o seu hidrogénio em hélio. Com a gravidade, dá-se o colapso da estrela massiva, que explode de uma forma bastante luminosa e espalhando as suas camadas exteriores. As ondas de choque provocadas pelas supernovas têm energia suficiente para fundir novos núcleos atómicos, incluindo de metais como o ferro. No entanto, o fim de vida de uma estrela pode significar o início de outra, com os vestígios a espalhar-se pelo espaço e depois potencialmente incorporarem-se na formação de outro corpo.
As observações dos telescópios Subaru e Keck II mostram que há três fluxos gasosos em direção a uma das galáxias da MAMMOTH-1, que se estendem por uns impressionantes 325 mil anos-luz e que fornecem novo material para a geração de estrelas.
A equipa criou modelos cinéticos, que mostram o movimento da galáxia e da nebulosa para se ver como os fluxos estão em espiral para dentro da galáxia, o que é considerado evidência de que o material pode ser reciclado em estrelas novas.
O estudo completo pode ser visto aqui.