A Sociedade de Transportes Coletivos do Porto (STCP) esteve, entre os anos de 2018 e 2021, envolvida no projeto europeu FABULOS que visava desenvolver, testar e demonstrar a viabilidade de veículos autónomos em ambientes urbanos. Durante este tempo, foram transportados 2.807 passageiros a bordo dos autocarros autónomos, somando aproximadamente 14 mil quilómetros em estrada aberta na Finlândia, Estónia, Noruega, Países Baixos e Grécia.
No âmbito do FABULOS, de acordo com a empresa em comunicado, os resultados foram satisfatórios . Contudo, antes de as soluções do projeto “poderem ser totalmente comercializadas e implementadas nos sistemas de transporte público, vários aspetos legislativos e características técnicas necessitam de ser melhorados”, afirmam em comunicado. A STCP garante que, o sucesso desta solução inovadora depende de uma comunicação aberta e abrangente com os decisores políticos, fornecedores de tecnologia, operadoras de transportes públicos e organismo reguladores. Para além da agilização desse aspeto, é ainda necessário, na Europa “uma regulamentação mais harmonizada para facilitar a implementação de pilotos de autocarros autónomos e a eventual integração de transportes automatizados nas cidades. Na Estónia, Finlândia, Países Baixos e Noruega, já existe um quadro regulamentar que facilita o transporte automatizado, mas as suas condições e procedimentos variam muito. Na Grécia e em Portugal, o projeto foi um ponto de partida para lançar ou refinar tais processos legislativos. Em última análise, todos os veículos no âmbito do projeto FABULOS provaram ser capazes de ter sucesso nos procedimentos nacionais de isenção e autorização relevantes, com exceção de Portugal”.
As frotas de autocarros autónomos foram testadas em cinco cidades europeias – Finlândia, Noruega, Estónia, Grécia e Países Baixos. Numa fase final do projeto, cada um dos três fornecedores escolhidos recebeu até um milhão de euros para preparar os pilotos e validar os seus protótipos. “Os três consórcios de fornecedores, cada um composto por várias empresas representando seis países no total, foram Sensible4-Shotl (finlandêsespanhol), Saga (norueguês-canadiano-holandês) e Mobile Civitatem (estónio)”.
O projeto, concluído a 31 de março de 2021, foi financiado pelo programa de investigação e inovação Horizon 2020 da União Europeia.