O espaço é um lugar cada vez mais congestionado. Pelo que, desde 2014, a União Europeia mantem um programa de apoio à vigilância espacial, do qual Portugal faz parte. Amanhã inaugura-se na Terceira uma importante componente deste mesmo programa: o NOC – Centro Nacional de Operações. Da responsabilidade da empresa Elecnor Deimos, este é o segundo elemento do Sistema Português de Vigilância e Seguimento Espacial (PTSST), do qual também fazem parte dois telescópios óticos no Pico do Areeiro, na Madeira. Um terceiro telescópio na ilha de Santa Maria e um radar na Pampilhosa da Serra, Coimbra, irão complementar a atividade.
Este sistema terá capacidade para detetar, catalogar e prever movimentos de objetos espaciais que andam em redor da Terra, explica a Deimos Engenharia (a filial portuguesa da Elecnor Deimos) em comunicado. O PTSST, na alçada do Ministério da Defesa, terá uma capacidade autónoma para avaliação do risco de colisões em órbita e reentrada de objetos e destroços espaciais na atmosfera terrestre, para além da deteção e caracterização de fragmentações em órbita, descreve-se. Um exemplo recente da atividade do PTSST é o seguimento do foguetão chinês Longa Marcha que caiu na Terra no último fim-de-semana e cujas previsões de local de queda incluíam território português – veio a cair no Oceano Índico, ao largo da Maldivas, durante a madrugada de domingo.
Neste momento, há dois mil satélites operacionais em órbita da Terra, um número que poderá duplicar ou triplicar nos próximos cinco anos. O PTSST deverá estar totalmente operacional em meados de 2021, sendo depois capaz de vigiar e rastrear milhares de objetos à volta da Terra todas as noites.