Tudo começou com uma ideia do movimento maker em Portugal: desenvolver e adaptar a viseira criada em open source pelo fabricante de impressoras 3D Prusa. Um projeto que cresceu rapidamente, sobretudo no Movimento Maker – Portugal, como explicou à Exame Informática Bruno Horta através de uma entrevista em direto via Facebook Live.
O modelo desenvolvido pelo movimento foi sendo otimizado de modo colaborativo levando em consideração os relatos dos utilizadores das diferentes viseiras, com destaque para os profissionais de saúde. Em declarações à Exame Informática, Bruno Horta esclarece que “as impressoras 3D foram chave em todo o processo porque permitiram, em conjunto com a comunidade, validar diversos conceitos num curto espaço de tempo”.
Depois de dezenas ou centenas de viseiras criadas com recurso à impressão 3D que, salienta o maker, “permitiram combater algumas necessidades locais”, “era imperativo a indústria de moldes entrar em ação” para permitir o fabrico em série através da injeção de plástico.
E foi o que aconteceu. Bruno Horta explica que foi Sérgio Martins da Vangest, uma empresa especialista em moldes, que desenhou o que é essencial para qualquer produção de peças por plástico injetado: o molde. Depois, Luís Tavares construiu o molde em “tempo recorde”, o que permitiu o início da produção na empresa PLASTIDOM (Plástico Industriais e Domésticos) em Leiria.
Segundo Bruno Horta, a produção está em bom ritmo e já terão sido feitas mais de 2000 viseiras, das quais 1500 já foram entregues a bombeiros que as vão distribuir por lares. O processo de produção inclui a montagem das viseiras – além do suporte por plástico injetado, há que montar a proteção transparente frontal e a banda elástica para fixar a viseira na cabeça dos utilizadores. De acordo com as imagens recolhidas nesta linha de produção adaptada em poucos dias, os voluntários fazem a montagem usando luvas e máscaras para evitarem a possível contaminação das viseiras, que são ensacadas para serem distribuídas de modo protegido.
Bruno Horta resume o que se passou: “Em cinco dias numa rede social, local mais improvável para se criar uma solução, nós conseguimos desenvolver o projeto”, adicionado “e em dois dias fizemos o que normalmente demoraria meses: desenho de molde, fabrico de molde, testes de injeção, injeção, planeamento de linha de montagem e distribuição”.
Para este maker, que confessa ter passado muitas noites em branco no desenvolvimento dos modelos, este projeto “só mostra que o nosso coração é uma autêntica máquina de fazer acontecer”.
Pode seguir as atividades do grupo em Movimento Maker – Portugal. O grupo disponbiliza um formulário para as instituições se candidatarem à entrega gratuita de viseiras em https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLSd4Z55M3iwWWGa_rZAMtC6-F9I_5np4JTh_eoXVpbHXZPTwIw/viewform .