Todos os dias oiço mais uma história de mães, pais, tias, avôs que foram burlados. Os esquemas de fraude nos canais digitais aumentam exponencialmente a cada dia. Estou sinceramente preocupada e angustiada, porque quem o faz sabe fazê-lo cada dia melhor e de forma mais “requintada”. Qualquer dia vamos todos cair numa ou outra armadilha sem nos apercebermos, mesmo os que, como eu, acreditam ter alguma literacia financeira digital para o tentar evitar.
Numa realidade em que, cada vez mais, é através da tecnologia que gere o seu dinheiro, torna-se mesmo prioritário reforçar a consciência de quais os riscos e de como pode aumentar a sua segurança neste mundo de gestão financeira cada vez mais digital.
E é urgente esta mensagem chegar a mais pessoas – a todas as pessoas – numa tentativa de evitar potenciais perigos e ameaças. Destaco 6 estratégias essenciais e prioritárias – há outras tantas, mas resumo ao máximo para garantir que as retém mesmo – e assim conseguir aumentar a sua proteção online:
1- Não transfira dinheiro por meios digitais se receber alguma mensagem a pedir, seja de quem for, por nenhuma via. Antes de o fazer confirme sempre a intenção com a “suposta” pessoa que lhe fez o pedido, para perceber se este é mesmo real e necessário.
2- Não abra os links que recebe por SMS. E os que recebe, e também por e-mail, certifique-se sempre que o remetente é 100% da sua confiança. Se for uma entidade bancária, por exemplo, confirme que o endereço de e-mail é simples, sem números ou caracteres estranhos. Desconfie se for um endereço de e-mail complexo, ou com números. Isto é válido para todos os remetentes, independentemente da origem.
3- Nunca dê os seus códigos de acesso a quem quer que seja. Menos ainda se for alguém que se diz do “seu banco” a ligar e a pedir. Tem acontecido muitas abordagens fraudulentas deste tipo. As entidades financeiras nunca o fazem, e é um procedimento cada vez mais usado por quem tenta burlar. Cuidado!
4- Não coloque os dados do seu cartão de crédito/débito, quando faz compras online. Há alternativas mais seguras para o fazer, como o Revolut ou o MB Net, por exemplo. São cartões virtuais temporários e “descartáveis”, ou seja, esgotam-se depois de utilizados, garantindo uma maior proteção financeira.
5- Utilize apenas redes Wi-Fi protegidas. Fuja de redes em aberto, que não lhe pedem nenhum tipo de autenticação. São perigosas. E a sua de casa, vá alterando a senha com alguma regularidade.
6- Defina sempre códigos e passwords fortes e únicas, porque quanto mais complexas, maior a proteção. E nunca, nunca, as escreva em lado nenhum, ou envie por qualquer outro meio. Pode utilizar gestores de passwords que ajudam a gerir o volume e a complexidade que níveis máximos de segurança exigem.
Esteja sempre alerta, e ajude a sensibilizar os mais velhos, e os mais novos, para que possam navegar em segurança na complexidade deste universo das “finanças modernas”. O que para muitos é óbvio, para tantos outros não o é, e facilmente se podem deixar enganar. Perca algum tempo a falar e a explicar estas questões a quem mais gosta. Procure educação contínua sobre mecanismos de segurança online. Ao investir neste conhecimento está-se a proteger, enquanto vai dando o seu contributo a outros para este reforço de uma gestão financeira digital eficaz e segura, evitando muitos roubos e fraudes no presente, e no futuro.