Zero! Tanto pode representar o mesmo que nada, como pode representar o ponto de partida para o crescimento. É tudo uma questão de perspetiva. Por isso, assim se têm alinhado, as diferentes opiniões acerca da medida da redução do IVA, no cabaz de bem essenciais, definidos pelo governo de António Costa.
Durante algum tempo, a ideia era considerada estapafúrdia, porque a medida não tinha produzido efeito em outros países, nomeadamente em Espanha. Mais tarde, a culpa já residia nos lucros excessivos das grandes cadeias de distribuição, que rapidamente passaram de “bodes expiatórios” a parceiros no tal compromisso com o estado, a par com os produtores.
Se por um lado, não podemos apontar o dedo ao governo pela quantidade de ideias avulso para solucionar os problemas que tanto têm afetado as finanças dos portugueses, desde a escalada dos preços dos combustíveis – que foi “solucionada” com a medida do IVAucher -, até à pandemia com os apoios extraordinários e, agora, a resposta à inflação consequente da guerra com a medida de IVA zero, por outro, a crítica recai sempre na eficácia real destas medidas. Esse tem sido o “tendão de Aquiles” da governação socialista ao longo dos últimos anos – a ineficácia na gestão de crise. Talvez porque não consigam atrair talentos profissionais para o seio governativo ou a escassez já vem de dentro da esfera do partido socialista?
A questão é pertinente, porque têm sido vários os governantes que não fazem match para o cargo ou porque não têm experiência na função governativa, na pasta que tutelam ou até mesmo por não possuírem qualquer experiência profissional, digna de ocupar um cargo ministerial na condução de um país. Contudo, na sequência dessas más decisões ou falta delas, os portugueses mergulham, novamente, numa profunda crise financeira.
Desta feita, a partir desta semana, vamos testar uma nova medida de urgência – a redução da taxa de IVA de 6% para 0% num número de produtos que compõem um cabaz alimentar.
Se já não bastasse sermos obrigados a consumir os mesmos produtos durante seis meses (período em que a medida vai ser aplicada) para que a poupança fosse minimamente sentida nos bolsos dos portugueses, teria de se dar uma quase total estagnação dos preços de todos os outros produtos alimentares que estão fora do cabaz, – mas mesmo assim necessários -, tais como todos os outros produtos essenciais de limpeza, higiene, saúde, etc., para que a medida pudesse produzir efeitos reais na melhoria da qualidade de vida dos cidadãos.
Como todos sabemos, assim não acontecerá e todos os outros produtos, também essenciais, irão continuar a aumentar de preço, fazendo com que a medida fique cheia de intenções e vazia de sucessos.
No que nos compete a nós – Portal da Queixa -, cá estaremos para recolher os cacos e transparecer, através da partilha da opinião dos consumidores em Portugal, a sua experiência acerca de uma medida que certamente trará, mais uma vez, inúmeras reclamações.