“Àmedida que o crescimento económico estagna mais uma vez, o país está a ser designado como o doente (ou até o Japão) da Europa […] Quando a Alemanha espirra, os seus vizinhos sentem um arrepio […] Portanto, o maior problema económico da Europa hoje é saber como revitalizar a economia alemã.” O excerto faz parte de um texto da revista The Economist, escrito em junho de 1999, que ajudou a popularizar a ideia de que a principal fragilidade económica da Europa estava a leste do Reno. A Alemanha crescia pouco, as exportações desapontavam e a taxa de desemprego era elevada. Tudo isso mudaria nos últimos 20 anos. A Alemanha saiu da crise financeira de 2008 como um gigante dinâmico que alimenta a economia europeia, imune a grande parte dos problemas que foram contaminando o resto do bloco. No entanto, algumas das preocupações citadas há 24 anos voltaram agora a emergir e o motor da Europa está novamente em risco de gripar.
Nos primeiros dois trimestres deste ano, a economia alemã contraiu 0,3% e 0,1%. Se a análise for feita em cadeia, a origem do marasmo é anterior: nos últimos sete trimestres, só em dois deles o PIB não estagnou ou contraiu. Os preços ainda crescem acima de 6%, as exportações estão estagnadas. Num momento em que a guerra, a inflação e a subida de juros estão a testar todas as economias, poucas estão a sofrer tanto como a alemã. Será a única do G7 a afundar-se este ano e o futuro não é muito mais otimista. Entre 2019 e 2028, o FMI prevê que cresça a metade do ritmo dos EUA.