A LVMH e a Prada estiveram a cair mais de 5%, num dia em que a dona da Gucci (a Kering) resvalou quase 4% e a Brunello Cucinelli e a Hermés escorregaram 2,2%. A Richemon, que detém a Cartier, também regisou perdas superiores a 2%. Foi uma maré vermelha nas marcas de luxo, a refletir as preocupações dos investidores sobre a sustentabilidade de um negócio que, como a VISÃO escreveu há umas semanas, parece estar a tornar-se demasiado intangível até para quem tem muito dinheiro.
As receitas reportadas pela LVMH, o maior conglomerado de luxo do mundo, cresceram apenas 1% entre abril e junho, numa evolução mais lenta do que a registada no primeiro trimestre do ano. As vendas na Ásia, excluindo o Japão, caíram 14% numa altura em que China tem liderado esta travagem no consumo.
Uma peça do Financial Times dava conta de que as marcas de luxo iniciaram, aliás, uma campanha de promoções na ordem dos 50% naquele país, por forma a fazer face à derrapagem nas vendas.
Casas como a Versace e a Burberry estão a tentar conquistar classe média chinesa, numa altura em que os consumidores desta categoria parecem estar a tornar-se cada vez mais frugais, aponta a publicação, citando especialistas do setor. Segundo o Luxurynsight, as reduções médias destas duas casas ultrapassaram, em alguns casos, os 50% com as ações em diversos canais de distribuição. Já a Marc Jacobs ou a Bottega Veneta têm feito ações esporádicas de descida dos preços.
Já referências como a LVMH, a Hérmes ou a Chanel têm conseguido manter um apertado controlo dos custos, uma vez que têm também registado resultados mais consistentes na região. No entanto, os sinais de alarme não param de aparecer, o que parece continuar a pesar no sentimento dos mercados, que vêem estas alterações de consumo na China como um movimento que pode durar mais do que o esperado.