O presidente da Fundação JMJ, D. Américo Aguiar, entrega ao final desta manhã o Relatório e Contas relativo à atividade da organização a Manuel Castro Almeida, Ministro Adjunto e da Coesão Territorial. As contas, auditadas pela Deloitte, revelam um resultado líquido positivo de €35 milhões no acumulado dos dois anos de atividade.
Recorde-se que, inicialmente, a Fundação estimava lucrar €20 milhões com a atividade. Os €35 milhões serão entretanto aplicados no desenvolvimento de projetos de apoio a jovens, especialmente nos concelhos de Lisboa e Loures, segundo revelou o presidente da instituição em conferência de imprensa na altura em que as contas foram tornadas públicas, no final de maio.
Na ocasião, o prelado afirmou ainda que o bom se resultado deveu ao número de inscritos na JMJ, que na reta final ultrapassou as expectativas – mais de 400 mil – bem como ao apoio do Estado, das empresas e particulares, incluindo o voluntariado, e também a “uma gestão austera”. Este deverá ser o último ato oficial de D. Américo Aguiar enquanto presidente da Fundação JMJ, uma vez que o cargo vai ser assumido pelo agora bispo auxiliar de Lisboa D. Alexandre Palma. O anúncio da sucessão foi feito no mês passado.
Antes das Jornadas Mundiais da Juventude, que aconteceram no ano passado em Lisboa, um estudo encomendado pela Fundação da JMJ à PwC e ao ISEG concluía que o impacto podia aproximar-se dos 500 milhões de euros. Quando questionado pela EXAME, no início deste ano, sobre quando o impacto global da iniciativa poderia ser conhecido, João Duque, que coordenou esse estudo, referiu que precisava de ter disponíveis as contas da Fundação, devidamente fechadas e auditadas.
Numa análise publicada em janeiro de 2024, a EXAME dava conta da disparidade dos dados disponíveis, e da dificuldade de encontrar o impacto esperado nos números da Economia. Com o Relatório e Contas fechado e tornado público há cerca de um mês e, a partir de hoje nas mãos do Executivo, é hora de dar resposta à questão que mais vezes foi feita durante a preparação da JMJ: “Pode um dos momentos mais marcantes de 2023 ter alcançado apenas ganhos simbólicos?”