O grupo Carmo é um daqueles bons exemplos de empresas familiares nacionais, nascido oficialmente em 1980 e de olhos postos na internacionalização desde o início. Tornou-se líder de mercado no setor dos postes agrícolas, em França, inaugurou o primeiro escritório flutuante em Bordéus, é o responsável por projetos como os passadiços do Paiva ou o Hotel da Praia, de Sandra Ortega, na Comporta. A Carmo Wood sobreviveu ainda, literalmente, à força do fogo e da água – uma das suas fábricas ardeu nos grandes incêndios de 2017 e o primeiro escritório afundou na baía de Bordéus, por motivos alheios à Carmo. Fatura mais de €100 milhões e continua a inovar e a conquistar mercados. O fundador, que sempre defendeu que as empresas familiares existem “para dar dinheiro à família e não para dar emprego à família”, passa agora a chairman da organização e, como que a provar que faz o que diz, deixa ao leme dois CEO sem qualquer ligação à família: João Figueiredo, que fica responsável pela Carmo Wood Engineering, e Miguel Sousa Ramos, que assume a Carmo Wood. O grupo tem, desde 2022, um acionista minoritário, a Iberis, que detém 20% do capital. Os restantes 80% continuam, em partes iguais, nas mãos de Jorge e da sua irmã.
Jorge Milne e Carmo falou com a EXAME, durante quase duas horas, em jeito de fecho de ciclo, deixando-nos olhar para a sua nova casa, na Comporta, 100% projetada e construída pela empresa que fundou e geriu, e onde conta passar grande parte do tempo, a partir de agora.