A Feedzai anunciou esta quarta-feira a compra da Revelock, que diz ser a plataforma biométrica mais avançada do mundo. Os valores do negócio não foram divulgados, mas a empresa liderada por Nuno Sebastião afirma que esta aquisição “resulta na maior plataforma de gestão de risco financeiro com Inteligência Artificial do mundo com biometria comportamental integrada e nativa”.
A compra surge pouco tempo depois de a tecnológica portuguesa especializada na prevenção de fraudes nas transações eletrónicas ter fechado uma ronda de financiamento acima de 200 milhões de dólares, concluída em março deste ano. Essa operação avaliou a Feedzai em mais de mil milhões de dólares, concedendo-lhe o estatuto de Unicórnio.
Agora, com o dinheiro angariado, a empresa acelera na expansão dos serviços oferecidos aos clientes. Num comunicado, a empresa detalha que “a combinação de ambas as tecnologias criará a maior Rede de Inteligência Financeira do mundo, um ‘cofre’ com mais de um trilião de pontos de dados, sessões e perfis de utilizadores”. O objetivo é usar a Inteligência Artificial para agregar informação e construir modelos que criem inteligência preditiva de forma a impedir crimes financeiros em tempo real.
“Já sabíamos quais os contextos transacionais de 800 milhões de consumidores, mas agora, com a Revelock, adicionamos inteligência fundamental no processo para saber como a transação ocorre. O resultado é oferecermos aos nossos clientes uma via segura durante toda a jornada digital, tornando a experiência do consumidor mais rápida, privada e segura”, refere no mesmo comunicado Nuno Sebastião. O CEO da tecnológica portuguesa explica que “a Feedzai já assegurava as transações em tempo real, agora estamos a falar de atuar na fase pré transação, onde é possível efetivamente prever e prevenir um crime financeiro antes mesmo que aconteça”.
Com a compra da Revelock, uma tecnológica fundada em Espanha em 2015 e que nos últimos anos tinha angariado 14,3 milhões de dólares de financiamento, a Feedzai passa a conseguir gerir “todo o processo, desde o login até ao checkout, tratando automaticamente os dados biométricos e transacionais sem adicionar qualquer trabalho manual para as equipas de data science”. Assim, afirma o unicórnio português, “bancos, processadores de pagamento, acquirers e comerciantes podem obter uma melhor percepção dos seus clientes e dos seus comportamentos transacionais para tomar decisões de risco mais precisas e mais rápidas, protegendo os clientes de ameaças cibernéticas, como malware, phishing e tentativas de aquisição de contas”.