Mais insolvências e menos empresas a serem criadas. São as principais conclusões de um relatório da Iberinform divulgado esta quinta-feira. Nos primeiros sete meses do ano, houve 3.145 empresas a entrar em insolvência, mais 243 que no mesmo período de 2019, um aumento de 8,4%. Apesar de terem sido confrontadas com uma quebra sem precedentes da atividade económica, os valores são inferiores aos acumulados de 2017 e 2018, refere a empresa de soluções de gestão de clientes para as áreas financeiras.
No entanto, em julho, o número de insolvências acelerou. “As insolvências em julho aumentaram 32,3% face ao mesmo período do ano passado, mais 111 insolvências para um total de 455”, indica a Iberinform. Nos primeiros sete meses do ano, os setores que têm sido mais afetados e em que as empresas tiveram de atirar a toalha ao chão são as empresas de atividades de telecomunicações, com uma subida de 66,7%, nas insolvências e da hotelaria e restauração, com um aumento de 25,7%.
Apenas a indústria extrativa e a construção e obras públicas conseguiram diminuir o número de empresas a entrar em insolvência face ao mesmo período do ano passado. Guarda e Coimbra foram os distritos em que houve uma descida neste tipo de processos, enquanto Angra do Heroísmo e Castelo Branco registam os maiores aumentos percentuais no número de insolvências.
Em Lisboa e Porto, o cenário também foi mais negativo. “Face a 2019, verifica-se um aumento de 9,2% em Lisboa e de 8,2% no Porto”. Foram registadas, respetivamente, 651 e 795 mais insolvências nos primeiros sete meses do ano comparativamente ao mesmo período do ano passado.
Novas empresas com queda acentuada
As insolvências aumentaram e o tecido empresarial não dá grandes sinais de regeneração. Isto porque o número de novas empresas caiu a pique, eventualmente com os empresários à espera de maior visibilidade sobre os próximos tempos. “A criação de novas empresas em julho sofreu uma redução de 25,9% face ao período homólogo do ano passado. O mês fechou com 2.931 constituições, menos 1.026 que em julho de 2019. O acumulado do ano apresenta um diferencial ainda mais significativo com menos 10.317 novas empresas que em 2019 (decréscimo de 32,7%)”, revela a Iberinform.
Em nenhum dos setores de atividade e dos distritos portugueses se registou um aumento na constituição de novas empresas nos primeiros sete meses do ano. “As quebras mais significativas pertencem aos distritos de Aveiro (-45,3%), Setúbal (-37,1%), Guarda (-36,9%), Ponta Delgada (-36,2%)”, indica a Iberinform. Em Lisboa foram constituídas 6.704 novas empresas, o que representa uma descida de 35,3%. No Porto, nasceram 3.861 novas empresas, valor que traduz, contudo, uma redução de 32,4% face ao período homólogo de 2019.