Manter o ecossistema português de startups à tona em plena crise do novo coronavírus. É o que se pretende com medidas de apoio financeiro, algumas das quais novas, apresentadas esta terça-feira pelo Governo.
No total, são sete, duas das quais vão beber a fundos já existentes e uma que prolonga a existência de um instrumento também já em vigor. No conjunto, o valor do pacote é contabilizado em mais de €25 milhões.
No âmbito concreto da Covid-19 são disponibilizados três instrumentos: o StartupRH Covid19, o Vale Incubação – COVID19 e um novo aviso para investimentos em startups junto da Portugal Ventures. No caso do StartupRH Covid19 as empresas podem candidatar-se a receber um salário mínimo (€635) por colaborador, até um máximo de 10 colaboradores por startup. Dirigido às startups com menos de cinco anos, o Vale Incubação – COVID19 atribui €1.500 não reembolsáveis para contratar serviços de incubação. E é ainda lançado um aviso para investimentos da Portugal Ventures em startups a partir de 50 mil euros, financiado também pela Instituição Financeira de Desenvolvimento (IFD) e Imprensa Nacional-Casa da Moeda.
As startups podem ainda aceder a um empréstimo convertível em capital social (mezzanine) ao fim de 12 meses, com investimentos de €50 mil a €100 mil por empresa, e beneficiar por três meses extra da bolsa Startup Voucher (€2.075 por emprego). O Ministério da Economia, em comunicado, refere também que foram adaptados dois fundos de coinvestimento, o 200M e o de coinvestimento para a inovação social. No primeiro a participação do Estado pode ir de €500 mil a €5 milhões, enquanto no segundo oscila entre €50 e €2,5 milhões.
No mês passado, pouco tempo depois da declaração da primeira fase do estado de emergência, quase 75% das startups já sentiam reflexo negativo da situação económica e perto de metade já tinha um corte na faturação de mais de 60%. Segundo o inquérito, então realizado pela Aliados Consulting e pela FES Agency, menos de metade estava preocupada com a possibilidade de encerrar mas a grande maioria (mais de 70%) não equacionava então corte de salários ou despedimentos.