O anúncio foi feito esta quarta-feira, 11 de dezembro, em Lisboa, por José Roquette e José Theotónio, o Chief Development Officer e o CEO do grupo, respetivamente. Os responsáveis falaram à imprensa durante o Strategic Day da empresa, que assinalou ainda a inauguração da centésima unidade da marca: o Pestana Park Avenue, que abre as suas portas em Nova Iorque já no início de 2020.
O grupo criado por Dionísio Pestana vai ter 10 novos espaços em funcionamento já no próximo ano em Lisboa, no Porto, Câmara de Lobos, Vila Real de Santo António, Madrid, Nova Iorque e Tanger. Até 2025 este número vai aumentar, com o grupo à espera de criar nos próximos anos 3 500 quartos, o que lhe deverá permitir ultrapassar a fasquia dos 15 000 quartos à escala global. O investimento total será de, pelo menos, €250 milhões.
José Theotónio lembrou ainda que o Pestana Caracas, na Venezuela, reabriu após quase 18 meses encerrado – a unidade foi alvo de uma investigação por parte dos serviços de inteligência venezuelanos, após um atentado contra o presidente Nicolás Maduro, em agosto do ano passado, em que havia suspeitas de que envolvidos se poderiam ter alojado naquele hotel.
O grupo reforça assim a sua aposta internacional, nomeadamente no norte de África, em Marrocos, e nos EUA, entre Nova Iorque e Nova Jérsia, com hotéis que se juntam à unidade que o grupo já detém em Miami há alguns anos.
Entretanto, foi anunciado ainda o investimento no Pestana CR7 Manchester, uma unidade que deverá abrir no final de 2021. “É um marco importante, porque é uma cidade relevante para o Cristiano Ronaldo”, esclarece José Roquette, lembrando que assim o craque garante o seu nome em hotéis tanto em Madrid como em Manchester, cidades que o coroaram de glória nos últimos anos.
Mas, seja como for, “Portugal é o palco mais rentável do nosso investimento hoteleiro”, admitiu José Roquette durante o encontro com jornalistas. “É, atualmente, uma estrela da rentabilidade. Mas nós também sabemos que é preciso olhar para fora. Achamos que estamos na fase mais ingrata da nossa internacionalização, porque ela é mais lenta, cara e tem uma rentabilidade evolutiva, mas estratégica”, justifica. “A ideia de dividir os ovos pelos cestos acompanhar-nos-á ao longo dos anos”, remata ainda o responsável, que salientou que o mercado nacional, apesar de tudo, ainda é a verdadeira galinha dos ovos de ouro do grupo, representando 70% das vendas.
Mais colaboradores
Entretanto, com a abertura das novas unidades hoteleiras, parte delas em Portugal, o PHG conta contratar cerca de mil novos colaboradores – desses, 40% no País. Um outro problema que terá que ser resolvido nos próximos anos, uma vez que a falta de Recursos Humanos no setor da hotelaria se tem vindo a agravar.
José Theotónio salienta que não faltam apenas pessoas em número, mas também com formação específica que possa cumprir os exigentes requisitos do grupo, razão pela qual o PHG tem feito parcerias estratégicas com algumas escolas técnico-profissionais de Turismo, e através das quais acompanha alunos durante os três anos da formação. Muitos deles fazem o seu período de atividades práticas num dos hotéis do grupo, o que tem ajudado a suprir algumas necessidades.
Na ocasião, o responsável fez ainda questão de frisar a importância de ser revista a carga fiscal aplicada sobre os salários em Portugal, para que seja possível aumentar os rendimentos dos trabalhadores no setor da hotelaria e turismo. “O salário médio dos nossos colaboradores, no País, é de €1 123. Mas na verdade, a pessoa leva para casa pouco mais de €850 euros, e nós ainda pagamos Segurança Social sobre este valor. Portanto, a empresa tem um custo de praticamente €1 400 com esta pessoa…”, lamenta.
O PHG conta atualmente com sete mil colaboradores em redor do mundo, e tem uma média de 3,5 milhões de clientes anuais. Durante os próximos meses a empresa quer continuar a apostar a digitalização dos serviços – uma nova aplicação irá permitir uma espécie de pré-check-in e utilizar o smartphone para ter acesso aos quartos, dispensando as tradicionais chaves –, em novas regras para o programa de fidelização e ainda na contínua adoção de medidas mais sustentáveis para todo grupo.