Portugal vai crescer na casa dos 2% até 2020. Pelo menos é isso que espera a Comissão Europeia que, nas suas mais recentes projeções económicas, antecipa uma variação do produto interno bruto (PIB) de 2,3% para este ano e de 2% para o próximo.
As previsões de primavera dos técnicos comunitários trouxeram uma revisão em alta das estimativas para esses dois anos em 0,2 pontos percentuais face aos valores publicados há seis meses, no documento de outono da Comissão. Caso os valores se confirmem, significa que a economia nacional avançará ao mesmo ritmo que a média da moeda única nos próximos dois anos, depois de ter ficado acima da mesma em 2017 (2,7% vs. 2,4%).
“O PIB e o emprego aumentaram significativamente em 2017, empurrados pela procura interna e as exportações. O crescimento deverá abrandar ligeiramente, mas deve continuar forte em 2018 e 2019, à medida que as exportações e o emprego continuam a expandir”, refere Bruxelas.
A Comissão nota que esse arrefecimento já se observa no arranque deste ano no que diz respeito ao sentimento económico, embora a confiança dos consumidores continue forte. Ainda assim, devemos esperar uma desaceleração do consumo privado e uma recuperação da poupança das famílias.
O investimento deverá voltar a crescer mais do que o PIB – e também acima da média do euro -, mas a um ritmo mais fraco do que em 2017. “Isto reflete um efeito base negativo no investimento em equipamento, depois de um grande aumento de capacidade na indústria automóvel em 2017”, referem os técnicos comunitários, referindo-se provavelmente ao investimento na Autoeuropa.
Se no crescimento económico as previsões da Comissão alinharam-se agora com o Governo para 2018, no que diz respeito ao défice Bruxelas acha que o ajustamento não será tão expressivo como espera Mário Centeno. Referindo pressões adicionais relacionadas com o Novo Banco, a Comissão espera um défice de 0,9% do PIB este ano (o Executivo português estima que seja de 0,7%).