As ESG Talks têm o apoio do novobanco
As alterações climáticas representam, portanto, um risco significativo para as empresas que estão expostas a um risco crescente de perdas económicas e de interrupção das suas operações. Quem o diz é Carlos Brandão, administrador-executivo e chief risk officer do novonanco, durante a intervenção de abertura das últimas ESG Talks, promovidas pela VISÃO e EXAME e que têm como knowledge partners a Nova SBE e a PwC.
“Para evitar impactos mais devastadores das mudanças climáticas é fundamental cortar as emissões globais de GEE aproximadamente pela metade até 2030 (em comparação com os níveis de 2010) e atingir as emissões líquidas zero até 2050. Atingir esta meta requer uma transformação profunda e completa do sistema económico global, em todos os setores”, explica.
Para o responsável, as empresas que operarem esta transição estarão a reduzir os seus riscos e a criar oportunidades de crescimento. Pelo contrário, “as empresas que não se adaptarem estarão em desvantagem competitiva”, afirma. “É imperativo que as empresas integrem estes riscos nos seus planos e modelos de negócio, adaptando-os por um lado para fazer face a esta nova realidade, e transformando-os por forma a mitigar o seu impacto negativo no ambiente e a reduzir o seu consumo de recursos, contribuindo para o abrandamento das alterações climáticas e do aquecimento global”, acrescenta Carlos Brandão, afirmando que o setor financeiro, enquanto principal financiador da economia e intermediário dos fluxos financeiros, tem um papel fundamental a desempenhar na transição para uma economia hipocarbónica e com menor consumo de recursos.
Avaliar o risco de negócio
Nuno Filipe Cordeiro, partner da PwC para a área de risk and regulation advisory (protagonista do vídeo acima), diz que não devemos ter ilusões, a ação e a transição necessárias vai ser feita com custos para todos nós. “Vamos ter de alterar padrões de vida e de consumo, com custos para as empresas e para a economia. O que vamos passar é a maior transformação económica que vamos assistir, provavelmente só tem comparável com o que foi a revolução industrial, há algumas centenas de anos”, sublinha.
Vale a pena perguntar em que ponto estamos. Para Nuno Filipe Cordeiro, “estamos mal”. “Num cenário em que são incorporados todos os compromissos nacionais já assumidos – mesmo os ainda não implementados – falharemos a meta de 2030, necessária a uma trajetória compatível com os 1,5ºC, em mais de 16%”, diz.
Adiante, os choques são certos. “Os choques do lado da oferta são reais e previsivelmente materializados no curto prazo. Do lado da procura, a dinâmica ainda é incerta e de impacto a maior prazo“, afirma o responsável da PwC, que garante: “o ESG não é solução para todos os problemas, mas responde a grande parte deles”.
“É importante ter noção de que, em Portugal, serão as pequenas e médias empresas a ter maior contributo para esta transição – o que reforça, ainda mais, a necessidade de antecipar ação. E os incentivos, positivos ou negativos, poderão acelerar este esforço, beneficiando quem estiver melhor preparado”.