O processo foi relativamente simples: através do preenchimento de um questionário, todos os participantes – ou quase todos – explicaram como se tinham deslocado até à Nova SBE, em Carcavelos. Juntando essa informação aos restantes dados sobre a organização do evento, foi possível calcular a quantidade de emissões de carbono necessários para as deslocações dos participantes na Conferência ESG Talks, que marcou o lançamento de um ciclo de reflexões sobre o tema da sustentabilidade. A iniciativa, promovida pelo Novo Banco, tem como media partners as revistas EXAME E VISÃO e conta ainda com o apoio da Nova SBE e da PwC.
Contas feitas, e as deslocações para a conferência terão sido responsável pela emissão de cerca de 3,5 toneladas de CO2. Ora, como não é possível neutralizar meias toneladas, foram neutralizadas quatro toneladas, através da compra de quatro unidade de créditos de carbono (cada unidade de crédito equivale a uma tonelada de CO2 emitida) do projeto Kamuthi, que visa o desenvolvimento de um parque solar em Tamil Nadu, na Índia.
Esta é uma das formas certificadas de neutralizar ou ajudar a reduzir os impactos das emissões de carbono, e está a ser cada vez mais usadas por individuais e empresas para compensar o planeta. No fundo, o que acontece com a compra destes créditos de carbono, é que o dinheiro investido no crédito é usado para financiamento de empresas confiáveis e certificadas que trabalham em projetos ambientais – sejam parques solares, como este, seja a preservação de florestas nativas, a captação de biogás em aterros sanitários, enfim… Sendo óbvio que o ideal é reduzir e evitar a emissão de carbono, esta forma de compensação acaba por garantir também a sua neutralidade e o reequilíbrio do esforço para o planeta.

A ESG Talks que aconteceu no passado dia 22 de setembro garantiu assim a neutralidade carbónica das deslocações dos participantes até à iniciativa, ao apoiar o projeto que envolve a instalação de um parque solar fotovoltaico de 216 MWac (correspondente a 261 MWp) em Tamil Nadu e que substituirá as emissões antropogénicas de gases de efeito estufa estimadas em aproximadamente 346117 tCO2e por ano, substituindo a quantidade de eletricidade de 358559 MWh/ano do mix de produção das centrais de energia ligadas à rede indiana de eletricidade, que é principalmente caraterizada por centrais termoelétricas à base de combustíveis fósseis (carvão).
“O parque solar fotovoltaico de 216 MWac faz parte do maior projeto de energia solar de um único local do mundo, com capacidade de 648 MWac, em Tamil Nadu. O projeto global abrange uma vasta área de 2500 hectares, equivalente a cerca de 950 campos de futebol olímpicos. O projeto foi concluído num recorde de oito meses por quase 2800 funcionários dedicados que trabalharam dia e noite para instalar este parque de energia limpa de 216 MWac”, lê-se na ficha técnica do projeto. “O parque solar está agora totalmente operacional e ligado à subestação de 400 kV da Tantransco, alimentando 90000 residências de
forma sustentável. O projeto levará a uma redução de emissões de 8,65 milhões de tCO2e durante a sua vida”