O ministro da Economia e do Mar, António Costa Silva, incentivou a nova geração de gestores, “muito alinhada com os objetivos ESG” e “preocupada com a sustentabilidade das empresas e da economia”, a mudar o atual modelo “predatório” de desenvolvimento económico e social.
Numa mensagem difundida no encerramento das ESG Talks – Reconstruir o Futuro, um ciclo de conferências que hoje teve início em Carcavelos sobre sustentabilidade ambiental, social e governança corporativa, Costa Silva elegeu a sustentabilidade como um dos “grandes desafios da espécie humana”, considerando que, “se não dermos atenção à transformação do modelo de desenvolvimento, adotando o fator ESG, e se não mudarmos o modelo de gestão das empresas, não conseguiremos fazer face aos enormes desafios” do presente. “A biodiversidade é o nosso seguro de vida”, sublinhou.
Citando o antigo secretário-geral das Nações Unidas, Kofi Annan, quando este perguntou “de que vale a economia se não conseguirmos respirar?”, o governante defendeu a urgência da descarbonização, a redução do uso de combustíveis fósseis e a economia circular como modelos alternativos de desenvolvimento. Incentivou também as sociedades atuais a procederem à “transformação de resíduos em recursos”, em vez de se continuar “a fazer o contrário”.
Por entre apelos ao fim do “divórcio com a natureza”, defendeu uma transformação das empresas, tal como das aldeias, vilas e cidades, em “comunidades de energia autosustentáveis”, e recordou que, no atual contexto de guerra na Ucrânia, as empresas que apostaram em alternativas “têm hoje uma fatura energética mais reduzida” e são mais competitivas.
Referindo a situação de seca severa em que o País, e parte do sul da Europa, se encontram, Costa Silva alertou para os problemas da escassez de água e incentivou as empresas a investirem na reflorestação das áreas ardidas neste verão. “Teremos de ser criativos e desenvolver projetos e ideias para resolver os problemas do nosso tempo”, disse.
“Se não formos capazes de desenvolver modelos de negócio adequados à luta contra a ameaça climática, nem inventar outro modelo para a gestão da água, não seremos capazes de criar um futuro diferente”, acrescentou.