É no coração do Oceano Atlântico que se localiza este arquipélago único, composto de nove ilhas, diferentes na geologia e na dimensão, mas que se encaixam como um puzzle em que a natureza é o denominador comum, cada uma delas, na sua especificidade, prometendo uma experiência inesquecível. E o ano todo, porquanto o clima ameno dos Açores é um convite permanente a uma visita. Cada trilho que se conquista, cada mergulho que se ousa devolve a certeza de que este é um arquipélago sustentável por natureza.
É em terra que tudo começa. Não importa qual das ilhas seja o ponto de chegada, ela será, certamente, o ponto de partida para descobrir um território em que a proteção da natureza está em primeiro lugar. As quatro reservas da biosfera são a prova dessa preservação, testemunhada pelos cenários idílicos da montanha, por uma fauna e flora riquíssimas, por paisagens pitorescas e um património geológico de excecional valor.
Paixão em terra
São verdadeiramente lugares de evasão, para quem apenas se propõe desfrutar da natureza, mas também de aventura, para quem pretende libertar a adrenalina. E o arquipélago recebe todos com um sorriso rasgado, oferecendo uma variedade de atividades que vão da observação de aves aos passeios equestres, passando pelos trilhos pedestres que ligam quase todos os recantos de cada ilha, em altitude ou junto ao mar.
Para os espíritos mais ousados, o cycling, o parapente, o rappel, o trail running e o trekking permitem outros olhares sobre as cores exuberantes da vegetação, do verde tranquilo dos pastos, ao verde profundo da montanha e à suavidade dos caminhos ladeados por jardins naturais.
E tanto que há para descobrir, ou não tivesse cada ilha a sua identidade própria: as lagoas em São Miguel, os fósseis em Santa Maria, as grutas na Terceira, os cones da Graciosa, as fajãs de São Jorge, a montanha do Pico, o vulcão no Faial, as cascatas nas Flores e o caldeirão do Corvo, fazendo destas nove ilhas um único geoparque.
Os Açores são, reconhecidamente, um santuário de biodiversidade e de geodiversidade, o destino ideal para a prática de turismo de natureza.
Paixão no mar
Mas, não é possível falar do ADN deste arquipélago sem falar do oceano, o Atlântico que abraça cada uma das ilhas é uma fonte única de vida marinha: é o habitat de mais de duas dezenas de espécies de golfinhos e baleias, de colónias de moluscos, crustáceos e peixes que se cruzam nas suas águas, enriquecendo ainda mais a experiência de quem visita os Açores.
O azul chama. Chama a um passeio à vela guiado pelo contorno da costa ou a um passeio de barco para observação de cetáceos, mas também convida a umas horas de relaxamento à pesca ou a deixar-se ir ao sabor do vento numa prancha de kitesurf ou de windsurf, ou ainda a domar as vagas no stand up paddle, bodyboard ou surf. Com a certeza de que há ondas a quebrar o ano inteiro, à medida dos desportistas mais experientes, mas também dos principiantes.
Canyoning Trail
E se o oceano pode surpreender pela sua força, atraindo os mais aventureiros, as lagoas constituem um cenário imperdível para quem prefere desfrutar da natureza com todo o vagar. A canoagem e o kayaking são o complemento perfeito para as águas tranquilas contidas entre as escarpas rochosas das caldeiras dos vulcões que deram origem a estas ilhas.
Cultura, um património preservado
Porém, a riqueza dos Açores não se tece apenas com as malhas da natureza. Ela é moldada pelas tradições e pelo saber-fazer das suas gentes, uma história, é certo, moldada pela diversidade do património paisagístico – campos agrícolas e vinhas sucedem-se no horizonte, pontuados por muros de pedra seca e por habitações típicas que evocam outros tempos. E que vão perdurar como património mundial da humanidade: assim é com o centro histórico de Angra do Heroísmo e com a paisagem da cultura da vinha da ilha do Pico.
Tal como a natureza, também a cultura é preservada neste arquipélago atlântico. Testemunho disso mesmo são as festas do Espírito Santo, mas também o património baleeiro, as plantações de chá, os bordados ainda hoje feitos à mão.
São tradições que não se perdem, tal como não se perdem as receitas da gastronomia açoriana. Os produtos do mar e da terra são o denominador comum de um vasto património gastronómico, que faz jus, nomeadamente, à tradicional produção leiteira, com queijos de sabor diferenciado como os de S. Jorge. E faz igualmente jus à tradição pesqueira, com o atum a ser o ator principal, seja fresco, seja em conservas, mas sem retirar destaque ao marisco e aos moluscos, com as cracas e as lapas em grande plano.
Rotas Açores Enoturismo Gastronomia
No palco desta diversidade gastronómica estão reservados lugares de honra para o icónico cozido das Furnas, cujos ingredientes são lentamente confecionados no solo vulcânico, e para o ananás, pequeno no tamanho, mas intenso no sabor.
Na doçaria, o bolo lêvedo e as queijadas estão na primeira fila. Já no que toca às bebidas, o chá é incontornável, com São Miguel a possuir a única plantação da Europa e a albergar duas fábricas que ainda laboram segundo os métodos tradicionais, produzindo as variedades preta e verde. Finalmente, o vinho, com o do Pico a dar cartas, pelo perfil inconfundível conferido pelas vinhas plantadas em solo vulcânico e bafejadas pelo Atlântico.
A mesma natureza da qual nasce esta riqueza gastronómica, e que é o cenário por excelência para a prática de atividades de outdoor, faz dos Açores um destino à medida de quem procura desligar-se do quotidiano e reencontrar o equilíbrio físico e emocional. Entre nascentes de águas carbónicas naturais, cascatas e piscinas de águas férrea, os recursos hidrotermais do arquipélago são uma fonte de bem-estar e de saúde.
É desta diversidade que emerge a diferenciação dos Açores como um destino único, para (re)descobrir ao longo de todo o ano.