Ser líder estará ao alcance de qualquer profissional? As características para uma boa liderança podem ser aperfeiçoadas em vários cursos superiores. “Aqueles que querem ser reconhecidos como líderes devem investir na aquisição de competências e ferramentas que não só proporcionem um modelo de gestão adequado, mas também a sua capacidade de influenciar positivamente o comportamento dos recursos humanos da organização”, começa por explicar António Almeida-Dias, presidente do Grupo CESPU. Habitualmente, acrescenta, associa-se um líder a um conjunto de características, nomeadamente, “a inteligência emocional, a empatia, a capacidade de motivar, a toma de decisões baseada em dados e na perceção, a resolução de conflitos, a comunicação correta, a capacidade de persuasão, a curiosidade, o conhecimento das tendências e, cada vez mais, a resiliência”. São estes os fatores que são trabalhados nos processos formativos que a CESPU realiza. Os mesmos são direcionados para as chefias das instituições ou de grupos operacionais do setor da saúde.
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Uma das características que diferencia positivamente o modelo de formação é a promoção do contacto e a consequente troca de experiências com profissionais com um inquestionável percurso de liderança. “Um dos fatores que mais tem influenciado o sucesso da nossa atividade no âmbito do ensino superior, nomeadamente, nas licenciaturas, mestrados integrados e mestrados, é o ensino em ambiente real de trabalho e o recurso a docentes com muita experiência em fazer. É o que replicamos, sempre que possível, na formação executiva”, explica o responsável.
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No caso da gestão de unidades de saúde, sejam redes hospitalares, hospitais, unidades de saúde ou serviços, acrescenta a necessidade de promover o trabalho em equipa. Grande parte das tarefas neste setor de atividade são levadas a cabo através de equipas multidisciplinares, cujos elementos, cada vez mais, são profissionais especializados em distintas áreas, e cujo desempenho deve acontecer em complementaridade. “Só é possível que isto aconteça se existir uma liderança aglutinadora e inquestionável. Isto exige, na formação daqueles que têm esse desígnio, uma particular atenção ao comportamento de cada membro da sua equipa, prevenindo eventuais situações de conflito”, sublinha. É assim dada particular atenção aos processos relacionados com a gestão comportamental, individual e de grupo.
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O ISEG apresenta uma oferta “muito completa e particularmente atual no que diz respeito à liderança e, mais genericamente, no que diz respeito à gestão de pessoas”, salienta Clara Raposo, presidente do ISEG – Lisbon School of Economics and Managment da Universidade de Lisboa. Os programas promovidos permitem “olhar para o tema com grande personalização e com uma perspetiva interdisciplinar bastante inovadora. Para além do cuidado na apreciação das características de cada líder e das suas equipas é dada especial atenção à integração da liderança no desenvolvimento estratégico da organização e à utilização de dados e analytics nestas áreas de recursos humanos, o que permite um cruzamento de conhecimento muito interessante”. Isto acontece em cursos executivos de curta duração na área de liderança e de gestão de pessoas, mas igualmente nas pós-graduações na área de recursos humanos e também na parceria em Nova Iorque com a Columbia Business School. No que respeita ao espetro dos alunos, estudam nesta faculdade, os CEO de bancos e de grandes empresas sem esquecer ainda “o impressionante histórico de líderes na esfera pública, o que demonstra bem o compromisso com a busca de soluções para as grandes causas do país e do mundo”.
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Considerando que a liderança é fundamental e transversal a qualquer área, Clara Raposo considera que não devem ser descuradas outras áreas de formação em que existe sempre conhecimento novo a surgir, “o que implica que um gestor que se dedique a um desafio numa dessas áreas (seja no marketing, nos sistemas de informação ou na contabilidade, por exemplo) deve também investir na atualização de conhecimentos específicos da área, muitas vezes, mais técnicos, bem como na componente tecnológica que evolui rapidamente”.
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A NOVA IMS é a escola de Gestão de Informação e Ciência de Dados da Universidade Nova de Lisboa. “O nosso objetivo é transformar dados em valor e, para isso, desenhamos cursos inovadores para preparar os executivos a encararem os desafios do mercado globalizado e competitivo em que estamos inseridos e para desempenharem novas funções que a sociedade de informação tem vindo a criar”, refere Miguel de Castro Neto, sub-diretor da NOVA Information Management School (IMS). Para além de competências técnicas necessárias ao mundo digital também as competências transversais como a motivação e a comunicação “desempenham um papel relevante no cientista de dados do futuro”, defende. Como exemplo da integração da componente técnica com a comunicação, a NOVA IMS tem ao dispor cursos como o “Storytelling with Data” ou o “Information Design Applied to Data Science” onde os temas da comunicação e a visualização de dados são amplamente abordados.
Guilherme Victorino, diretor do Innovation & Analytics Lab da NOVA IMS acrescenta que a NOVA IMS Executive Education concebe e desenvolve cursos e programas de formação na área da gestão de informação e ciência dos dados para executivos e empresas, área que apresenta uma enorme necessidade de capacitar recursos com conhecimentos sólidos e cientificamente validados. “Face a um contexto tecnológico e de aprendizagem em permanente mudança, estamos na vanguarda das mais recentes metodologias e conhecimento, o que nos permite formar profissionais que procuram uma contínua atualização das suas competências nestas áreas”, explica. Em termos de liderança, a universidade disponibiliza um curso inovador “Liderança, Agilidade e Inovação” promovido pelo Innovation & Analytics Lab, “um programa desenhado para despertar uma nova forma de liderar, colaborar e implementar a cultura e o desenho organizacional que fomentam uma organização ágil”. Ao longo do curso, os participantes interagem com os professores da NOVA IMS, mas também com um grupo heterogéneo de formadores, como uma artista plástica, um médico oncologista, um músico e compositor e fazem pontes com os respetivos paradigmas envolvidos no contexto corporativo.
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Ter uma visão e um propósito
O mundo mudou e exige que a liderança das organizações olhe para além do desempenho financeiro, focando-se no impacto em todos os stakeholders, as pessoas, a comunidade e o planeta, defende Maria José Amich, diretora executiva do The Lisbon MBA Católica | Nova. São novas variáveis a ter em consideração no mundo das empresas. “À medida que o ambiente de negócios se torna mais complexo e interconectado, com automação sem precedentes e mudanças sociais que prometem ser duradouras, as organizações precisam de uma liderança capaz de inspirar com visão e propósito, de unir esforços para fazer frente aos problemas com determinação e criatividade, tornando os desafios em oportunidades através de uma liderança distribuída que empodere as equipas a atuar com agilidade e maior autonomia”, explica a responsável. No The Lisbon MBA assumida a missão de: “Apoiar e incentivar todo o potencial dos alunos para se tornarem líderes globais, com princípios, capazes de ter um impacto positivo nos negócios e na sociedade”.
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Com um programa que vai além dos fundamentos técnicos de gestão, são incorporadas as últimas tendências ligadas à tecnologia e à liderança. Os alunos são desafiados a abraçar aquilo que a diretora executiva intitula de “jornada transformacional”, expandindo o seu “eu” consciente para gerir o seu próprio desenvolvimento e crescimento. “Pensamento analítico e estratégico, resolução de problemas complexos, criatividade, capacidade de trabalho em equipa de alto desempenho e competências interpessoais, como comunicação, empatia e resiliência, são atributos chave dos graduados do The Lisbon MBA.” Os programas de MBA devem contribuir para melhorar a qualidade da gestão e formar os líderes atuais e futuros para que implementem mudanças que as empresas precisam e com impacto positivo na sociedade.
Maria José Amich denota que, além de uma abordagem educacional holística, o The Lisbon MBA Católica | Nova “combina o desenvolvimento de competências de gestão de ponta com capacidades interpessoais e de liderança, um corpo docente de elevado prestígio, um foco excecional em Action Learning e em intra-empreendedorismo, e uma componente internacional ímpar que resulta da nossa parceria com o MIT e com outros MBAs de topo”.
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Existem bons líderes em Portugal?
A MC tem diversas parcerias com escolas de negócios com reconhecimento a nível nacional e internacional, que complementam o portefólio de academias de formação e os programas internos de desenvolvimento. “Temos procurado ser inovadores também no reforço da ligação entre nós e o mundo académico, nomeadamente através do lançamento de iniciativas como é o caso da parceria com o Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos (CCISP), que já possibilitou, a titulo de exemplo, o lançamento de um mestrado pioneiro em Portugal em ‘Logística e Gestão da Cadeia de Abastecimento – LGCA’ com o Instituto Politécnico de Setúbal (IPS), ou o Curso de Técnico Superior Profissional (CTeSP) em Gestão Comercial no Ponto de Venda com o Instituto Superior de Contabilidade e Administração do Porto (ISCAP)”, refere Vera Rodrigues, head of people da MC. Com esta aproximação à academia, o objetivo passa por procurar soluções e percursos formativos que tenham empregabilidade assegurada e que tragam valor acrescentado para o desenvolvimento dos negócios da empresa. “Acreditamos que esta é uma aliança poderosa. Na verdade, o investimento na capacitação e na valorização das nossas equipas e dos nossos líderes é uma âncora da nossa estratégia de gestão de pessoas e, em simultâneo, um verdadeiro enabler para uma boa experiência e nível de satisfação dos nossos clientes”, sublinha.
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António Almeida-Dias considera que Portugal tem “excelentes líderes”. “Alguns, embora não sendo conhecidos do grande público, dirigem grandes grupos empresariais e outro tipo de organizações de grande dimensão cujo desempenho tem sido reconhecido internacionalmente. No entanto, podíamos ter mais”, defende. Por esse motivo, o Grupo CESPU considera determinante a aposta na formação de líderes, de forma a tornar as instituições mais motivadas e, consequentemente, mais produtivas.
Para a presidente do ISEG – Lisbon School of Economics and Management da Universidade de Lisboa, Clara Raposo, existem “excelentes líderes” no nosso País. “E muitos deles com grande cuidado com a sua formação e com a dos seus colaboradores. Mas, claro, também existem alguns casos com maiores limitações, especialmente em pequenas empresas em que o grau de qualificação é muito baixo. Esta é uma situação que temos de inverter e muitas PME vão precisar de ajuda para conseguir subir a fasquia da qualificação.”
Miguel de Castro Neto considera que temos grandes líderes no mercado nacional, mas precisamos de “novos líderes”. “Para isso, necessitamos de reforçar as capacidades que temos, mas também de democratizar o acesso a novas capacidades digitais. Falamos de uma revolução com várias dimensões, uma das quais é a democratização do acesso à tecnologia; mas para que todos beneficiem da transformação digital é necessário um esforço de formação das novas lideranças.” Para o sub-diretor da NOVA IMS, as empresas e a administração devem entender como usar as ferramentas analíticas como fator crítico para o desenvolvimento da economia.
Vera Rodrigues aponta quatro “ingredientes secretos” para que um profissional seja bem-sucedido no futuro. “Liderança, flexibilidade, resiliência e capacidade de aprendizagem. A disrupção e transformação a que as empresas estão sujeitas assim o obrigam, garantindo um equilíbrio entre hard e soft skills, para executarem de forma efetiva a sua estratégia. Na verdade, já há quem designe as soft skills como power skills.” E é por isso que a MC está a desenvolver um programa estratégico de upskilling e reskilling, a par de programas inovadores como é o caso do novo modelo de liderança “Lead Better”. “Queremos que os nossos líderes sejam capazes de desafiar e fazer crescer os nossos negócios, mas que estejam igualmente focados no desenvolvimento individual das nossas pessoas, promovendo uma cultura interna de otimismo, confiança e autonomia.” A empresa acredita numa liderança próxima e humana para desenvolver e alavancar os negócios. “Uma liderança que eleva a experiência das nossas pessoas, para que, em conjunto, possamos construir uma MC melhor para todos. É assim que cumprimos o nosso propósito”, remata a head of people.
A MC aposta ainda desde logo nas camadas mais jovens dos funcionários em programas de liderança como é o caso do Future Leaders @ Retail, trabalhando desde cedo o potencial interno de talento. “Desenvolvemos e atuamos a vários níveis de senioridade e experiência dos nossos líderes, com respostas e programas focadas em função das suas necessidades.”
Que características devem ter os bons líderes?
Perguntámos aos vários especialistas das instituições que participam neste artigo sobre quais as características que os bons líderes devem reunir
CESPU – “Um bom líder, entre outros atributos, deve ser um profundo conhecedor das atividades da sua organização, ter um comportamento exemplar, estar próximo dos seus colaboradores, dando atenção às suas possíveis dificuldades e às suas expetativas, assumindo a responsabilidade do desempenho da sua equipa”, defende António Almeida-Dias.
ISEG – “Não acredito em líderes que não tenham um bom fundo, que não se preocupem com o futuro das suas organizações e com a valorização do capital humano das suas organizações. Se tiver de resumir de forma simples, para mim, um bom líder é alguém que analisa com profundidade o que se passa na sua organização e à sua volta, que define um rumo e assume a responsabilidade de decidir, que tem os conhecimentos e qualificações para o fazer e que sabe relacionar-se com os outros, que sabe ouvir e que sabe expressar o que é preciso fazer, mobilizando a sua organização”, defende Clara Raposo.
NOVA | IMS – “Para nós, a liderança deve encontrar novas oportunidades de inovação e aprendizagem… deve permitir que as pessoas naveguem a complexidade da transformação digital e tomem melhores decisões. Acreditamos que, para isso, é essencial trabalhar as competências humanas e de liderança para uma organização ágil e resiliente. Para tal é necessário disponibilizar ferramentas, frameworks e práticas que ajudam a desenvolver e inspirar equipas rápidas, eficientes e criativas”, afirma Guilherme Victorino.
The Lisbon MBA Católica | Nova – “Os líderes têm de ter uma visão clara do negócio e devem-na saber comunicar, inspirando as suas equipas. Novos desafios exigem novas soluções, pelo que têm de saber promover a inovação. Devem centrar a sua liderança na aprendizagem contínua dos erros e focar-se nas soluções de forma ágil, impulsionando a curiosidade intelectual, o pensamento lateral, diverso e criativo, numa cultura empreendedora e de confiança”, explica Maria José Amich. A diretora executiva destaca ainda a humildade, “o discernimento e a naturalidade de aceitar e aprender com mentores e coaches de diferentes contextos, independentemente da sua idade. Esta troca de experiências entre gerações (Reverse Mentoring) permite ao líder alargar fronteiras e adquirir uma nova perspetiva sobre as tendências crescentes em diversas áreas essenciais na transformação atual das organizações.”
MC – “Acredito que um bom líder é aquele que, muitas vezes, ouve mais do que fala, que valoriza e celebra as conquistas das suas pessoas, mas que, ao mesmo tempo, as desafia a irem mais longe e que com elas cria uma relação de confiança e colaboração efetiva. Um líder é claramente um maestro, que mais do que ter as respostas adequadas, deve ter cada vez mais a capacidade de fazer as perguntas certas à sua equipa, desafiando-a”, explica Vera Rodrigues. “Acredito também que, olhando para as competências do futuro, deve ser progressivamente reforçada uma ideia que há muito defendo sobre liderança: ser um líder mais humano, não é ser menos exigente. É saber traduzir melhor essa exigência”, conclui.