Refugiados do clima
Marrocos (com cerca de três mil mortos) e a Líbia (com o esmagador número que pode chegar aos 25 mil) irão enfrentar um inverno que fustigará os sobreviventes e os arremessará rumo ao desconhecido, na esperança de sobreviver
Quo vadis, Europa?
A Ucrânia insiste em ser aceite no clube europeu. Para já, o argumento tem sido o facto do país se encontrar em guerra, não tendo definidas e apaziguadas as suas fronteiras. Mas... e no day after que critérios e requisitos serão exigidos?
Um rio em chamas
Esta é ainda hoje uma das fronteiras mais procuradas por aqueles que tentam chegar à Europa vindos da Turquia. Muitos deles escaparam aos campos de refugiados turcos. Outros não conseguiram lugar nesses mesmos campos
Depois de mim, o caos
A questão dos jovens que terão usado o visto obtido para participarem nas Jornadas Mundiais da Juventude com o objetivo de poderem permanecer em Portugal, é uma dessas notícias que, embora não sejam falsas, são suscetíveis de assumir dimensões de verdade de acordo com a vontade de quem as coloca a circular
A guerra foi a banhos
Tal como no xadrez, a estratégia não é atacar diretamente a Europa, mas minar os seus alicerces de forma consecutiva e um dos primeiros e imediatos é fragilizar o apoio da opinião pública ao esforço de guerra que tem vindo a sustentar a Ucrânia
Este mundo não é para jovens
Tenho uma enorme admiração por este Papa e considero que a existência dum momento que envolva a juventude de todo o mundo em paz, fraternidade e comunhão é, a todos os níveis, de saudar
São as pessoas, estúpido
Não houve ninguém que não visse e se chocasse com a imagem do menino morto à beira mar, depois dum dos vários naufrágios no Mediterrâneo. Dele já poucos lembram o nome e, da imagem, ficou apenas o vermelho da t-shirt que usava. Para trás ficou a empatia com o pai da criança, o horror do “peixinho inocente” dado à costa, a indignação sobre o que se passa no mar da morte
Sem saída
Todo o clima de medo e de confronto latente é, em bom rigor e objetivamente, fomentado em grande parte pela indústria do armamento. Ela é a grande vencedora de todas as guerras e estas são, desde sempre, o maior e mais proveitoso negócio
Tráfico de órgãos: e se...?
Trata-se de situações que a todos, realmente a todos, deveriam envergonhar. Que um homem ou uma mulher tenha que vender um pedaço do seu corpo para poder sobreviver ou manter vivos os seus é o limite do desumanismo
A cavalgada dos nibelungos
A confirmação da guerra como o mais vantajoso negócio dos nossos dias, levada a cabo, já não por exércitos sujeitos a normas internacionais, mas por milícias ao serviço de quem mais paga, faz aumentar o clima de insegurança global
Dia Mundial do Refugiado: a efeméride da nossa vergonha
Em bom rigor todo o imigrante irregular é um refugiado: fugir da fome, da perseguição, dum horizonte sem futuro ou da guerra em última análise é fugir da morte certa
Do sonho ao pesadelo
Daí que se torna necessário que a política de imigração seja consequente, baseada em regras claras, com possibilidades de mobilidade mais adequadas aos tempos que correm e com o mínimo de burocracia sem descurar a segurança
A jangada europeia
É assim que sinto esta União Europeia. Um conjunto de países com interesses tão díspares e em alguns casos tão antagónicos, que a deriva é mais do que a de uma jangada: é um ralo de água putrefacta em redemoinho para a sarjeta
Terra de ninguém: o cemitério às portas da Europa
O argumento de Pilatos já não colhe nem iliba da quota de culpa que a Europa e os Estados Unidos da América têm neste estado de coisas. Não são, de todo, os únicos culpados. Mas a sua política externa não está inocente no desespero destes milhões de pessoas
Beirute à beira de um ataque de nervos
Num momento em que o Líbano enfrenta a maior crise económica de sempre, perante um sistema financeiro destruído e dependente da ajuda externa, esta sobrepopulação tornou-se num fardo demasiado pesado que nem a população nem o Estado querem continuar a assumir. O clima de animosidade estende-se à Organização das Nações Unidas e às suas agências que ali atuam
Crise?? Qual crise???
Temos às portas da Europa cerca de um milhão e meio de migrantes. Tal como ele partilho a ideia de que são todos refugiados. Todos fogem à morte, seja ela devido a guerra ou perseguição, seja a lenta agonia da fome, da falta de futuro, da falta de apoio médico, da falta de tudo. Qual de nós ficaria impávido se nada tivesse?
Ventos do Sudão
Num dos últimos Conselhos Europeus, foi aprovado o orçamento para construção de muros nas principais fronteiras. O assunto passou quase despercebido, mas os mais atentos reagiram de imediato perante uma Europa fortaleza
A paz, o pão, habitação...
Há que fazer uma discriminação positiva por forma a proteger os cidadãos portugueses e os que nos procuram em busca dum futuro que fica comprometido pela impossibilidade de ter uma habitação condigna
Este mundo não é para jovens
Se dúvidas houvesse relativamente à pertinência da decisão do Tribunal Internacional ao emitir um mandato de captura contra o Sr. Putin e a sua Comissária para os Direitos das Crianças por deportação forçada de menores ucranianos para a Rússia, estas foram desfeitas após a entrega, esta semana, de 31 menores às respetivas famílias
O que é a verdade?
No afã do nanossegundo, do escândalo, do sangue e das lágrimas, montámos um verdadeiro tribunal popular onde todos somos juízes, defesa e acusação, a maior parte das vezes sem um contraditório na mesma medida da acusação
Vampirismo político
Como seria de esperar, houve logo quem tentasse retirar dividendos da dor alheia, alertando para o perigo terrorista associado à vaga de imigrantes e refugiados. Sempre disse que conjugar na mesma frase “terrorista” com “refugiado” era uma falacia mortal, com a xenofobia e a intolerância como únicos objetivos