Sempre que alguém morre cedo de mais (o que será cedo de mais para alguém que amamos?) e inesperadamente, tendemos a lembrar-nos do mantra que o irreverente professor do filme O Clube dos Poetas Mortos repetia, em latim, aos seus alunos do colégio interno: Carpe diem. Que é como quem diz, numa tradução completamente livre, não desperdicem a vida que ela dura menos do que o Carnaval. E ainda juramos que vamos passar por cima de ‘coisinhas de nada’ para só dar importância ao que realmente importa. Porém, em menos de nada voltamos exatamente ao mesmo. Que pena – a morte inesperada e prematura nem para isso serve, afinal.
Vem isto a propósito das notícias que ontem causaram perplexidade, ao dar como certa a morte de André Freire, politólogo e diretor do departamento de Ciência Política do ISCTE, aos 63 anos. Os leitores lembrar-se-ão seguramente da sua presença em comentários políticos na RTP e também no jornal Público, além de talvez já terem lido algum dos seus quase 40 livros.