Há uns anos, era uma expressão muito repetida por esta altura, com agosto quase a chegar. Pode ser impressão minha, mas sinto que ultimamente pouco se tem falado de “silly season” – algo como “estação das parvoíces”, um contexto que se instalava quando escasseavam notícias ditas “sérias”, com políticos e juízes a banhos, abrindo caminho para que futilidades e parvoíces avulsas ocupassem espaço no fluxo noticioso.
Na verdade, acho que há uma boa razão para isso. Ou até duas razões. Simétricas. Primeira razão: a “silly season” estendeu-se a todos os meses e dias do ano graças ao virtualmente infinito espaço online, onde cabe sempre tudo, e aos algoritmos, nas redes sociais, que não hesitam em ampliar estupidez quando há estupidez para ampliar e interessados nisso (e, sejamos claros, há sempre). Não é preciso esperar pelo verão para sermos silly.
Segunda razão: o mundo está de tal maneira que não faltam notícias dramáticas, ou pelo menos bastante sérias, merecedoras de abrir os telejornais todos os dias.