Estávamos à beira do precipício, mas não demos um passo em frente. Também não demos um passo atrás, mas, nos tempos que correm, ficar quietinho no mesmo sítio é uma boa notícia.
Há um mês, quando muitos esperavam uma onda de extrema-direita, direita radical e populistas conservadores, venceram os moderados. (Um dos exemplos mais paradigmáticos veio de Portugal, onde a percentagem do Chega, com supostas pretensões à vitória, segundo o seu líder, não chegou aos dois dígitos.)
Na quinta-feira, foi a vez de o Reino Unido mostrar que no meio é que está a virtude: os Trabalhistas obtiveram uma vitória histórica e o partido Reform UK, do ultrapopulista Nigel Farage, ficou-se pelos cinco assentos no Parlamento (e os Conservadores, que tentaram fazer campanha com bandeiras da extrema-direita,incluindo um inenarrável anúncio anti-imigração, passaram por uma das maiores humilhações da sua história).
O verdadeiro teste, no entanto, deu-se ontem, em França. E a extrema-direita chumbou. As sondagens previam uma vitória da Rassemblement National, mas o partido de Marine Le Pen e Jordan Bardella acabou em terceiro, em número de deputados (143). A coligação de esquerda, Nouveau Front Populaire, venceu, com 182 eleitos, seguida do partido de Macron, com 168.
Continua a haver sinais preocupantes.
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