A carreira internacional do antigo primeiro-ministro português começa já hoje, em Bruxelas, cidade que acolhe até amanhã a cimeira dos lideres dos 27 países da União Europeia (UE). E, convenhamos, António Costa não começa da melhor maneira. Nem ele, nem as outras personalidades escolhidas para os cargos de topo da organização que já se chamou CEE e permitiu ao Velho Continente assistir a um período de paz e prosperidade sem precedentes históricos. Pelos menos dois estados membros, Itália e Hungria, discordam do método como as três famílias políticas pró-europeias (democratas-cristãos, socialistas e liberais) chegaram a acordo sobre os quatro nomes que vão dirigir as instituições comunitárias: António Costa ( Presidente do Conselho), Ursula von der Leyen (Presidente da Comissão Europeia), Kaja Kallas (vice-presidente da Comissão e alta representante para a Política Externa e de Segurança) e Roberta Metsola (Presidente do Parlamento Europeu). A primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, sente-se desrespeitada como a excluíram do processo de decisão e, num discurso ontem realizado no parlamento transalpino, disse em alto e bom som o que pensava sobre o assunto: “Nenhum democrata autêntico, que acredite na soberania popular, pode considerar aceitável o que se passou. (…) Nós exigimos e continuaremos a exigir uma mudança política de acordo com os a mensagem dada nas urnas”. A líder dos Irmãos de Itália, formação que chefia agora a bancada dos Conservadores e Reformistas (ECR, nas siglas em inglês) no Parlamento Europeu (a terceira maior do hemiciclo, à frente dos liberais, após as eleições de 9 de junho, e que inclui vários partidos ultranacionalistas e xenófobos), quer ser recompensada e advertiu que a nova cúpula “está condenada a ter dificuldades” e que haverá uma “maioria frágil” durante o novo mandato, que se prolonga até novembro de 2029.
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