Fundada em 2011 por repórteres mulheres, a Pública apresenta-se como a primeira agência de jornalismo de investigação sem fins lucrativos do Brasil. “Todas as nossas reportagens são feitas com base na rigorosa apuração dos fatos e têm como princípio a defesa intransigente dos direitos humanos”, lê-se no seu site. E todas elas podem ser republicadas gratuitamente sob a licença Creative Commons, sublinha-se.
Um ano de dois meses depois de Coimbra ter sido abalada pelo estrondo da publicação do livro Sexual Misconduct in Academia (à letra, má conduta sexual na Academia), pela editora inglesa Routledge, foi a essa agência de jornalismo brasileira que sete mulheres escolheram contar pela primeira vez – e sem ser ao abrigo do anonimato nem poupar nos detalhes – os alegados casos de assédio cometidos por Boaventura Sousa Santos, quando estavam no Centro de Estudos Sociais (CES) da Universidade de Coimbra, então dirigido pelo sociólogo português.