Ao contrário de exemplos anteriores, parecia que o núcleo duro do PSD andava a escolher com pinças os elementos para fazer parte da equipa executiva do novo governo, evitando constrangimentos, muito menos surpresas-armadilhadas no futuro. Mas bastou uma semana, para se desconfiar que a missão possa ter pleno sucesso.
Os “casos e casinhos” que desgastaram o governo de António Costa, plantando junto da opinião pública uma perceção de caos e incompetência – não necessariamente real –, pareciam ter servido de lição, mas os últimos dias já terão dado para perceber a Luís Montenegro a difícil tarefa que terá pela frente para manter intacto o telhado de vidro do seu recém-empossado edifício.
Primeiro, surgiu o caso das buscas à Câmara Municipal de Cascais, uma operação que colocou no epicentro o nome do novo ministro das Infraestruturas, Miguel Pinto Luz, a braços com quatro denúncias, enviadas ao Ministério Público (MP) há quatro anos, pelo então vereador do PCP naquela autarquia, Clemente Alves, que falam de negócios relacionados com o financiamento de campanhas e negócios imobiliários.