Como é tradição nesta quadra, o primeiro-ministro falou ontem à noite à nação no seu oitavo discurso de natal. António Costa escolheu um cenário festivo para dizer, em suma, que está tudo bem. Numa longa tradição de discursos que são essencialmente de circunstância, auto-elogios e promessas mais ou menos vagas, desta vez falou-se de “paz, solidariedade e confiança”, numa mensagem carregada do otimismo, porventura irritante, que lhe notou o Presidente da República em tempos.
Depois de ter anunciado há 10 dias o apoio extraordinário para as famílias mais carenciadas que começou a ser pago na ante-véspera de natal, em curtos quatro minutos sem grande história o primeiro-ministro reiterou agora que “a trajectória sustentada de redução do défice e da dívida coloca país ao abrigo das turbulências do passado”. Quase um País das Maravilhas.