Uma estátua, uma protocandidatura presidencial, um almoço, algumas queixinhas e uma altercação do tipo “quem diz é quem é” parecem ter animado os últimos dias de comentário político na televisão, na imprensa e nas redes sociais. Isto prova que o mundo mediático é uma bolha distante das pessoas que andam com o credo na boca a deslocar os tarecos para ver se escapam aos incêndios que têm incinerado meio País. E que esse é, também, um mundo à parte dos que se veem gregos perante uma inflação galopante, ainda mais amedrontados pelas declarações alarmantes de um CEO energético que assegurava um acréscimo de 40% na fatura da luz afinal desmentidas por um posterior comunicado da sua própria empresa. O circo da silly season vai torrando os miolos do País bem pensante, entretido à volta de uma polémica sobre as presidenciais de… 2026(!) e de outra sobre a hipotética homenagem a uma figura de que já ninguém se lembrava desde 25 de novembro de 1975. O “querido mês de agosto” nunca desilude: cereja no topo do bolo, as unidades móveis da PSP – espécie de autocaravanas da autoridade –, que viriam salvar um dos países mais seguros do mundo da súbita vaga de “insegurança” provocada por meia dúzia de bêbados munidos de navalhas de ponta e mola, avariaram quando partiam para a arriscada missão de vigiar as noites de Bagdad… perdão, do Porto. A primeira carrinha empanou na primeira operação. E a que a substituiu avariou também, como o burro de certa anedota que, nem para a frente, nem para trás. Se isto não chega para compor a opereta política do País estival…
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