Poucos dias depois de ter criticado o “foguetório” do diretor da Polícia Judiciária, por este se ter desdobrado em entrevistas a todos os canais de televisão, Rui Rio tem a possibilidade de fazer um pleno mediático semelhante, a partir de hoje e até domingo. No 39.º Congresso do PSD, que abre esta noite em Santa Maria da Feira, ele vai ocupar o palco principal como líder incontestado e pronto a ser aclamado – até por uma oposição interna que, a menos de 50 dias das eleições legislativas, prefere prudentemente remeter-se a um recatado e estratégico silêncio.
Num congresso em que se preveem mais apelos à unidade e foco concentrado na campanha eleitoral que se avizinha, Rui Rio tem a obrigação de se apresentar, perante a opinião pública, mais como candidato a primeiro-ministro do que apenas como líder do maior partido da oposição.
Animado ainda pela vitória interna nas “diretas”, frente a Paulo Rangel, e com o alento das sondagens, hoje publicadas, que dão o PSD a crescer, resta saber agora como Rui Rio vai aproveitar a possibilidade de “foguetório” que a realização do Congresso lhe dá. Isto, porque o líder do PSD, com o seu estilo peculiar de intervenções públicas, nem sempre tem sabido aproveitar os momentos favoráveis, acabando por se enredar em polémicas desnecessárias, por causa de uma frase mais truculenta que profere ou um tweet escrito sem ponderação.