O projeto Gineceu Androceu contou com a participação de vinte figuras públicas nacionais que aceitaram o desafio de se transformarem em personagens do sexo oposto. Paulo Pires, Diogo Amaral, Soraia Chaves, Filomena Cautela e Benedita Pereira são algumas das personalidades que se deixaram fotografar.
Da autoria do ator, encenador e figurinista João Telmo, a exposição pretende contribuir para a mudança de mentalidades no que diz respeito às questões de género.
Depois da estreia nos Paços do Concelho no início deste ano, a exposição regressa agora a Lisboa e estará patente na Galeria Art Lounge (Rua António Enes, 9 C) de 17 de novembro até ao final do ano.
A entrada é gratuita, mas as fotografias estão à venda e 30% das receitas revertem para a Associação Abraço, que luta pelos direitos das pessoas diagnosticadas com Sida/HIV.
Gineceu Androceu explora o conceito da inversão de género, onde a masculinidade não pertence só aos homens, nem a feminilidade só às mulheres. É um projeto inspirado nas teorias queer, defendidas pela filósofa Judith Butler no livro Gender Trouble, no qual defende que a orientação e a identidade sexual resultam de uma construção social. A autora argumenta que o género não é intrínseco ao indivíduo, mas uma materialização decorrente de um processo de repetição e ritualização. Com este projeto, João Telmo pretende “desfazer a ideia heteronormativa de que o homem e a mulher têm de ser desta e daquela forma.”
Os figurinos foram cedidos por 11 estilistas e designers portugueses. Paulo Pires veste um corpete dos Storytailors e usa longos cabelos louros, Diogo Amaral calça saltos altos e tem o cabelo e a barba feitos de flores, exibindo um fato de Miguel Vieira e Soraia Chaves está vestida por Luís Carvalho e usa bigode. As imagens que integram a produção são do fotógrafo Telmo Pereira.
Entretanto, está confirmado que a exposição irá viajar até ao Brasil no próximo ano.