Nirvana, Roxy Music ou Elton John são algumas das bandas e dos artistas que fazem parte da biografia musical de David Fonseca. Por isso mesmo, são também alguns dos autores dos temas que fazem parte do reportório dos concertos Hit Parade – As canções dos outros também são minhas.
David Fonseca sobe ao palco da Casa da Música, no Porto, hoje, dia 12, e amanhã, sexta-feira 13, atua no Estúdio Time Out, no Mercado da Ribeira, em Lisboa. Em ambos os concertos o músico irá recriar temas de vários artistas, com estilos diferentes, que o marcaram ao longo da vida e da carreira.
À VISÃO Solidária, David Fonseca confessou que a seleção dos temas não foi difícil e revelou as razões que o levaram a aceitar o convite: “Achei que seria muito divertido. E, acima de tudo, pensei que iria ajudar alguém e apoiar a associação”.
Os espetáculos assinalam a celebração do 22.º aniversário da Associação CAIS, que apoia pessoas em risco de exclusão social. O Festival +Música +Ajuda tem vindo a juntar nomes da música portuguesa, como Tiago Bettencourt ou The Legendary Tigerman, para angariar fundos que contribuem para melhorar a condição de vida de centenas de pessoas. As receitas de bilheteira permitem aumentar o número de pessoas acompanhadas pela associação, a quantidade de refeições servidas e as horas de formação oferecidas.
O festival contará com mais um concerto intimista em junho e terminará em setembro com um grande evento. As entradas para o espetáculos custam €6 e estão à venda nos locais habituais.
A VISÃO Solidária conversou com o David Fonseca sobre estes concertos únicos.

Se se puder fazer aquilo de que realmente se gosta profissionalmente e ainda por cima ajudar pessoas ou instituições, tanto melhor”, confidenciou David Fonseca à VISÃO Solidária
José Carlos Carvalho
Como é que selecionou os temas que farão parte deste Hit Parade?
Não foi muito difícil porque ao longo dos anos tenho feito várias versões de músicos que me influenciaram. Quando me fizeram esta sugestão, fui buscar muitas dessas canções que já tocava e resolvi juntá-las num espetáculo só. Mas haverá algumas surpresas aqui e ali… Será um espetáculo que poderá ser visto num único sítio pela primeira vez.
Haverá guilty pleasures (canções de estilos que habitualmente não gostamos) pelo meio?
Bem, eu acho que não existe tal coisa como o guilty pleasure… Uma pessoa quando gosta de alguma coisa não é obrigada. Haverá muitas canções que eu gosto de tocar e que me marcaram. Por exemplo, vamos tocar o Video Killed the Radio Star [Buggles] que tocámos durante dois anos na tournée Dreams in Colour, em 2008 e 2009. Depois deixámos de a tocar, mas é uma das canções que eu mais gostava e vamos prepará-la para este espetáculo.
Como é que foi a experiência de ser diretor da revista Cais do mês de janeiro?
Foi ótima. Eu sigo a Cais há algum tempo, já tinha um grande respeito pelo trabalho deles. Quando fui convidado para ser diretor da revista acabei por descobrir muito mais sobre o trabalho da associação. Para mim, foi uma honra fazer parte deste projeto. Ao mesmo tempo, também foi muito divertido porque pude falar de coisas que normalmente não falo dentro do contexto musical.
O que é que o fez aceitar fazer parte deste festival solidário?
Em primeiro lugar, o convite ter vindo da Cais. Depois, era uma oportunidade para fazer um espetáculo completamente diferente. Também achei que seria muito divertido. E, acima de tudo, pensei que iria ajudar alguém e apoiar a associação”.
Associar a música e a solidariedade faz-lhe sentido?
Eu acho que qualquer pessoa pode associar a atividade que faz todos os dias a uma ideia solidária. Isso é sempre bem-vindo. Se se puder fazer aquilo de que realmente se gosta profissionalmente e ainda por cima ajudar pessoas ou instituições, tanto melhor.