A mais recente iniciativa da Plataforma de Apoio aos Refugiados (PAR) pretende sensibilizar as crianças e jovens para as dificuldades que passam as pessoas que são forçadas a abandonarem os seus países de origem.
A campanha E se fosse eu? pretende chegar a escolas e alunos de todo o país. As escolas que aderiram à iniciativa vão transmitir um vídeo que mostra alguns dos objetos transportados pelos migrantes e, a seguir, os estudantes são desafiados a vestirem a pele de um refugiado.
Os alunos terão de escolher os bens que transportariam caso fossem obrigados a deixar as suas casas e o seu país para fugirem à guerra e explicam os motivos das suas escolhas.
A sensibilização dos mais novos é o principal propósito da campanha, contribuindo para que as crianças e jovens assumam o compromisso de receber os migrantes de forma respeitadora, depois de perceberem melhor os sacrifícios pelos quais passam no seu dia-a-dia.
Às 8h45 de hoje, o ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, e o Ministro Adjunto Eduardo Cabrita vão participar na campanha na Escola Básica de Vale Rosal (Charneca da Caparica).
Mais tarde, às 13h45, junta-se ao ministro da Educação o Presidente República, Marcelo Rebelo de Sousa, que também irá associar-se à campanha na Escola Eça de Queirós, em Lisboa.
Além destas, muitas outras escolas do país se associaram à campanha.
Rui Marques, coordenador da PAR explica que: “No fundo, esta iniciativa é um exercício de empatia com quem foge da guerra na Síria e procura proteção humanitária. Perceber o que quer dizer deixar tudo para trás, ter de selecionar o que é mais importante e viver só com uma mochila numa jornada de perigos e de incertezas. Queremos fazer com que os jovens reflitam e debatam sobre o que gostariam de encontrar se vivessem esta situação”.
Para além deste exercício, será feita uma reflexão entre professores e alunos sobre o que é ser refugiado para os alunos perceberem como é “a vida de tantos jovens e adultos que têm de partir rumo de incerteza, não sabendo quando e por quem irão ser acolhidos, e que tudo o que têm é a mochila que trazem consigo”, disse Rui Marques, em comunicado.
Segundo o coordenador da PAR, estão em Portugal 149 refugiados distribuídos por várias organizações que têm assegurado o seu acolhimento no país.
Esta campanha partiu da Plataforma de Apoio aos Refugiados (PAR) e irá ser desenvolvida em conjunto com a Direção Geral da Educação, o Alto Comissariado para as Migrações e o Conselho Nacional da Juventude.