Pela primeira vez, a plataforma Maria Capaz, que nasceu em dezembro do ano passado como um espaço de afirmação da mulher e discussão da condição feminina, ofereceu os seus préstimos à UMAR, União Mulheres Alternativa Resposta. Há cinco anos que esta organização dá forma à marcha pelo fim da violência contra as mulheres, mas desta vez teve também o contributo da Maria Capaz para a mobilização de figuras com maior visibilidade.
Durante o dia de hoje, a plataforma feminista terá uma edição especial sobre o tema – todos os textos publicados serão sobre violência. Aliás, foi disponibilizada uma fotografia com mulheres de mãos dadas a caminhar, para todos os membros usarem como imagem de perfil e outra (a assinalar do dia internacional) para exibir como capa. Além disso, durante as últimas semanas, a página do Facebook foi inundada de vídeos de figuras públicas que quebraram o silêncio (a palavra de ordem deste ano). Veja alguns deles em baixo.
“A ideia foi convocar as pessoas a falarem sobre o tema. E a agirem. Mas ainda estamos nos primórdios da mobilização. Em Madrid, esta iniciativa enche as ruas da cidade”, nota Rita Ferro Rodrigues, apresentadora de TV e uma das fundadoras da plataforma, bastante empenhada na causa. “É que não chega ficarmos muito tristes sempre que lemos a notícia da morte de mais uma mulher vítima de violência”, continua.
A meteorologia até ajuda, porque vai estar bom tempo, ao final do dia. Em Lisboa, às seis da tarde, hora do começo da marcha, estão previstos uns amenos 15 graus, sem um pingo de chuva. E também não serve a desculpa da politização do discurso. “Não há partidos associados a esta marcha. Trata-se de um problema da sociedade civil que começa muito cedo, ainda no namoro.”, conclui. Caso para quebrar o silêncio e dizer: contra a violência, marchar, marchar.