Nestes encontros promovidos em Portugal pela Confiar – Associação de Fraternidade Prisional, as vítimas têm a possibilidade de se encontrarem com ofensores, perdoá-los e ajudá-los a compreender como o seu comportamento ofensivo afeta realmente as suas vítimas.
Já os ofensores são encorajados a refletir sobre o papel que valores como o respeito, a empatia e a responsabilização poderão ter nas suas vidas, tendo a oportunidade de simbolicamente reparar as suas ofensas passadas.
A prática tem demonstrado que “a reconciliação é uma possibilidade real e que a reincidência do crime desce para valores residuais”, disse à agência Lusa o vice-presidente da Confiar, Luís Graça.
Luís Graça explicou que os encontros são mediados por dois facilitadores devidamente preparados “e em cinco a oito sessões o perdão, a verdade, a reconciliação e a consciência dos atos praticados são uma realidade”.
“A vítima deixa de estar em processo de vitimização e o ex-ofensor toma consciência do seu ato”, sublinhou.
Os encontros acontecem no âmbito do projeto europeu “Building Bridges”, promovido pela Prison Fellowship International, a maior rede do mundo de voluntariado prisional que está presente em quase 130 países e tem assento na ONU para as questões da justiça.