Anya Kot passa férias em Portugal há sete anos. Quando veio pela primeira vez era uma criança, hoje é uma adolescente de 16 anos. Hernâni Leitão, que a acolhe junto da sua família desde o princípio chama-a de “neta mais velha”.
Desde o início do programa Verão Azul, patrocinado pela seguradora Liberty Seguros, já passaram férias em Portugal mais de cem crianças da região de Chernobyl, na Ucrânia, onde há 29 anos aconteceu o maior desastre nuclear da história.
Este será o último ano em que Anya passa férias em Portugal com a família Leitão ao abrigo deste programa, mas a família nem quer ouvir falar no fim de uma relação. “Isto é o princípio de uma nova fase”, afirma Hernâni Leitão, antes de acrescentar: “Vai continuar a ligação familiar muito forte que foi criada ao longo de todos estes anos”. E garante que Anya terá sempre o “seu” quarto disponível.
Num português quase correto, Anya também garante que voltará a Portugal, seja como monitora do projeto ou para trabalhar nas férias.
Fernando Pinho, responsável pelo Verão Azul, conta que “há famílias que estão a pensar trazer os jovens para estudar em Portugal”, tão fortes são os laços criados entre eles.
“Estas pessoas são a minha outra família, tenho uma família ucraniana e outra aqui. Isso é muito bom”, diz Anya.
Este ano, viajaram para Portugal 34 crianças originárias da região de Chernobyl, todas elas de contextos sociais vulneráveis.
Fernando Pinho garante que o projeto é para continuar e mesmo a língua é um obstáculo fácil de ultrapassar através da mímica e da aprendizagem mútua.
Proporcionar às crianças umas férias longe do ambiente radioativo de Chernobyl é outros dos principais objetivos do programa.
Recorde a reportagem da VISÃO sobre um dos primeiros verões de Anya em Portugal aqui.