A Schindler, empresa de produção e manutenção de elevadores, quer introduzir pessoas com síndrome de Down no mercado de trabalho. A multinacional firmou um protocolo com a Associação Portuguesa de Portadores de Trissomia 21 (APPT21) e com a Down Espanha, com o objetivo de integrar jovens acompanhados por ambas as organizações nas atividades do grupo.
Atualmente, os jovens que estão envolvidos no projeto já terminaram a fase de formação e vão assinar contrato com a Schindler. A multinacional suíça sublinha que os jovens passam a integrar as suas equipas “nos mesmos termos e condições que os restantes colaboradores”, assumindo funções administrativas nos departamentos do grupo. O processo de integração será acompanhado por um monitor, que apoia o jovem não só durante a fase de formação, mas também depois de este assumir funções na empresa. O acompanhamento será reduzido gradualmente, à medida que integração se vai consolidando.
A multinacional e as associações de apoio envolvidas no protocolo invocam “o direito ao trabalho em condições de igualdade com as demais; incluindo o direito à oportunidade de ganhar a vida através de um trabalho livremente escolhido ou aceite no mercado de trabalho e num ambiente de trabalho aberto, inclusivo e acessível às pessoas com deficiência” salvaguardado na Convenção sobre os Direitos da Pessoa com Deficiência das Nações Unidas.
Lisboa é a única cidade portuguesa onde os jovens com Trissomia 21 serão integrados na empresa, uma vez que é na capital que se situa a sede da APPT21. Em Espanha, o projeto passa por Sevilha, Zaragoza, León, Valência e Madrid. Em 23.300 espanhóis com síndrome de Down, apenas 5% conseguem entrar no mercado de trabalho. Um facto que a Schindler vê como “um obstáculo ao desenvolvimento da autonomia destes jovens e à opção de seguirem por si próprios um projeto de vida.”
Segundo dados da associação Pais 21 (grupo que reúne pais, técnicos e amigos) relativos a 2013, em Portugal, um em cada 800 bebés nasce com Trissomia 21. Os últimos números estimam que cerca de 15 mil portugueses sejam portadores desta síndrome.