Situada na Quinta da Granja, a Casa Grande é um espaço de formação, de treino de competências sociais e funcionais para jovens Asperger maiores de 16 anos. O objetivo é que “adquiram as ferramentas necessárias” de forma a serem encaminhados para o “mundo do trabalho” e construírem um “projecto de vida”, disse à agência Lusa a presidente da Associação Portuguesa de Síndrome de Asperger (APSA), Piedade Monteiro, mãe de um jovem Asperger com 21 anos.
A casa tem ateliers de música, artes plásticas, informática, costura, horticultura e jardinagem, onde os jovens desafiam a sua criatividades e aprendem várias artes e ofícios. São os serviços, os artigos e os produtos desses ateliers que estão disponíveis à comunidade.
“Podem vir à nossa lavandaria, podem fazer arranjos no nosso atelier de costura, ter aulas de música, de informática, de artes plásticas ou fazer pequenas festas” nos pátios da casa, um velho edifício do século XVII recuperado pela associação, apelou a presidente da APSA.
Os primeiros passos já estão a ser dados, as alfaces cultivadas nas hortas da casa já estão a ser vendidas numa loja do bairro.
Para Piedade Monteiro, “não é saudável” juntar pessoas com vários tipos de deficiência no mesmo espaço, porque estes jovens “copiam muito”. “Se há um ponto de referência para eles que é uma deficiência mais profunda, eles acabam por a imitar”, prejudicando o seu desenvolvimento.
Piedade Monteiro contou que alguns dos 11 jovens que estão na casa viviam em instituições, mas outros, com mais de 20 anos, estavam em casa sem atividade nenhuma. “Isto não pode acontecer. O que nós queremos é que os nossos filhos sejam de tal maneira iguais que consigam não ser um peso para o Estado”, frisou. “Temos de ir pelas capacidades deles e nunca pelas dificuldades. Se há dificuldades vamos colmatá-las ou tentar colmatá-las”, acrescentou.