Com alguma frequência, e especialmente nos dias que correm, temos tentado fazer uma poupança mensal permanente, mas mais cedo ou mais tarde acabamos por deixar de conseguir e voltamos a gastar quase a totalidade do nosso rendimento (ou até mais…). Há alguma técnica infalível?
Teresa L., Alcobaça
A preocupação com a concretização de uma poupança mensal permanente é compreensível e denota consciência sobre os procedimentos básicos de gestão das finanças pessoais, o que é de louvar. Tirando casos em que o orçamento familiar já dificilmente comporta as despesas essenciais, é premente que se tenha o cuidado de assegurar o mínimo de poupança mensal, o que nem sempre se mostra fácil e muito susceptível a “desvios”, conforme demonstrado pela pergunta a que tentamos endereçar. De forma directa não se pode dizer que exista uma técnica infalível de poupança, mas existem duas sugestões que podem facilitar o processo e atenuar a tendência a voltar ao regime anterior de despesismo.
A primeira sugestão é a de constituir poupança logo que se recebe o rendimento, antes de gastar o que quer que seja. Tal pode ser feito transferindo automaticamente uma percentagem dos rendimentos para uma conta específica, sobre a qual não tenhamos forma imediata de movimentação (e.g., cartão de débito, livro de cheques, etc). A grande virtude desta medida é ao automatizar o processo não temos de o repetir periodicamente e, com alguma ginástica, habituamo-nos a viver um valor menor mensal, potenciando a poupança.
A segunda sugestão está relacionada com um dos principais problemas da poupança indiferenciada: cortar demais. Frequentemente a poupança não se concretiza porque se assume que é preciso poupar de forma igual em todas as actividades, incluindo aquelas nos trazem maior prazer, o que torna o processo penoso e difícil de manter. A melhor forma de contornar esse problema é escolher um número reduzido actividades que para nós são “fundamentais” (e.g., ir ao ginásio, jantar fora uma vez por semana, ler um livro por mês, etc) nas quais iremos cortar pouco ou nada, mas assumir que nas restantes teremos uma atitude de poupança mais drástica. Ao cortar muito em várias despesas podemos dar-nos ao luxo de gastar mais nas que maior prazer nos trazem.
Assim, e em modo de conclusão, podemos afirmar que técnica “infalível” de poupança consiste em tornar o processo o mais automático e o menos penoso possível, objectivo das sugestões apresentadas.