Queijo camembert, meias mal cheirosas, coelho morto, excrementos de cão. Ernestino Maravalhas, 64 anos, tem seguido as melhores práticas odoríficas internacionais para atrair a borboleta-imperador (Apatura iris), mas não há meio de a avistar. As incursões na Mata de Albergaria, no Gerês, última localização conhecida em Portugal, não resultaram, assim como as mais recentes buscas junto de salgueiros velhos, sugeridas por um especialista espanhol, se revelaram infrutíferas, lá mais para o lado de Montalegre, na região do Barroso.
“Há uma ânsia muito grande em encontrá-la, porque poderá vir a ser a primeira borboleta declarada extinta no nosso país”, admite o autor do livro Borboletas de Portugal, editado em 2003 como o primeiro guia de campo sobre estes insetos de rara beleza.